A série The Walking Dead está em contagem regressiva: faltam seis episódios para o fim. Porém, a narrativa da franquia irá continuar em outras três atrações: Dead City (com Maggie e Negan), uma encabeçada por Daryl e outra liderada pelo casal Rick e Michonne. Você aguenta mais histórias sobre zumbis, com os mesmos personagens e estruturas similares, ou já deu?
Lançada em 2010, The Walking Dead começou devagar, quase parando. Era apenas mais uma série entre centenas de tantas outras no mundo do entretenimento. Lá pela segunda temporada, a atração pegou no tranco e, na terceira, engrenou de vez. Virou sensação em todo o planeta, acumulando recordes de audiência em várias nações e fincando os pés na cultura pop.
Naturalmente o canal AMC, que produz e exibe a série nos Estados Unidos, pensou em spin-offs, procurando estender a franquia. A carona na trama mãe seria fundamental.
No auge da The Walking Dead matriz nasceu Fear The Walking Dead, em 2015. O primeiro filhote veio com a proposta de narrar eventos anteriores ao início do surto zumbi (o que TWD não mostrou) e em outra localidade. A investida deu certo, embora não tenha chegado aos pés do impacto provocado pela série original. Fear vai entrar na oitava temporada.
Em 2020, o segundo filhote da franquia também apresentou uma proposta diferente. Em duas temporadas, World Beyondfoi rotulada de “Malhação zumbi” por acompanhar os passos de jovens que cresceram em meio ao surto. A história, contada pela perspectiva juvenil, foi satisfatória. Nessa série aconteceu a busca pela origem e cura do vírus, terreno que a TWD mãe não pisa.
Vem algo novo por aí?
Os próximos spin-offs de The Walking Dead serão os primeiros com personagens consagrados da série matriz. É o macete para atrair o público que curte determinado personagem, fórmula padrão no desenvolvimento de séries derivadas.
Mas o que terá de novo? Certamente, algumas localidades vão ser diferentes das vistas até agora. Dead City, com Maggie (Lauren Cohan) e Negan (Jeffrey Dean Morgan) se passa em Nova York. A série do Daryl (Norman Reedus) terá a França como pano de fundo. Já o drama de Rick (Andrew Lincoln) e Michonne (Danai Gurira) será nos EUA mesmo.
Isso, cenários diferentes, não basta. Se for o mesmo modelo de história, com os heróis sobreviventes matando zumbis a esmo apenas porque sim, não terá graça alguma. Os spin-offs anteriores nasceram com um propósito. As novas atrações precisam ir além para serem atrativas e não se escorarem somente nos personagens famosos. Mais do mesmo não dá.
Um alívio para os fãs é a série diferentona Tales of The Walking Dead, lançada nos EUA e ainda indisponível no Brasil. A proposta dessa atração é narrar, em cada episódio, histórias diferentes de pessoas que estão encarando o surto zumbi em todo tipo de situação e lugar.
Os episódios malucos, um mais brisa do que o outro, são ótimos. Ganham destaques personagens distintos do que conhecemos, envolvidos em tramas criativas e interessantes. Esse seria um bom caminho para a franquia The Walking Dead seguir e manter-se relevante, insistir na ousadia para não andar em círculos.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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