De olho no sucesso do filme Uma Equipe Muito Especial (1992, HBO Max), encabeçado por Geena Davis, Madonna e Tom Hanks, a rede CBS apostou tudo na continuação da história, mas em forma de série. Em 10 de abril de 1993, entrou no ar a sequência da trama apresentada nos cinemas. A versão televisiva foi desastrosa e constrangedora. Resultado: cancelamento abrupto após a exibição de apenas três episódios.
Esse é um contraste grande em comparação com a nova Uma Equipe Muito Especial, lançada pelo Prime Video no ano passado. O reboot, muito bem acabado, adapta o roteiro do filme cult para uma narrativa queer.
A atração do streaming da Amazon passou por turbulências nos bastidores por causa de questões contratuais. Foi renovada para a segunda e última temporada.
Zorra Total = zona total
A série Uma Equipe Muito Especial de 1993 queria pegar carona no sucesso do filme homônimo, que entrou em cartaz no ano anterior. O longa estava nas nuvens, quase que unanimemente ovacionado. A performance nas bilheterias foi sensacional, arrecadando o triplo do valor dispensado na produção.
A Columbia Pictures resolveu criar uma versão diferente para a TV, usando como braço o estúdio TriStar Television. Algumas atrizes do elenco toparam reviver os respectivos personagens na série, mas o trio de ferro citado acima rejeitou a proposta (esse foi o primeiro strike).
Segundo strike: o caminho trilhado foi o da sitcom. A versão dos anos 1990 de Uma Equipe Muito Especial teve a boa intenção de entrar no povoado clube das comédias de situação, então em alta no ranking de audiência. Mas como diz o ditado, de boas intenções…
O terceiro strike é o que hoje podemos usar para definir o que é cringe. A atração ficou com cara de esquete tipo Zorra Total. Nada ali se parecia com a graciosidade e o humor afiado do filme. A série, com ou sem intenção, tirava sarro de si mesma, porém da pior forma possível. A pavorosa claque (risadas de fundo) só deixava o produto ainda mais intragável.
Cancelamento de Uma Equipe Muito Especial
As consequências do fiasco foram inevitáveis. A produção foi cancelada após o terceiro episódio, retirada do ar abruptamente; seis haviam sido gravados até a tomada de decisão da CBS. Outros dois capítulos chegaram a entrar na programação da emissora, enquanto um nunca foi exibido.
Uma das maravilhas da internet é o resgate de coisas antigas da TV. Assim, quem quiser pode ver essa série como foi ao ar. No YouTube, é possível encontrar os episódios completos. A baixa qualidade da gravação, provavelmente oriunda de fita VHS, não atrapalha a compreensão da trama.
Dá para entender o motivo de se fazer uma atração conectada ao filme homônimo tão famoso. Após ver poucos minutos da sitcom, dá para entender porque foi um desastre.
O entrave se deu porque Uma Equipe Muito Especial não é produção 100% do Prime Video. A série é uma parceria com a Sony Pictures Television. Então, precisou acertar como seriam os novos contratos com essa redução de episódios, resultando tanto em corte nos salários do elenco quanto na taxa de licenciamento entre Sony e Amazon.
Uma Equipe Muito Especial conquistou uma base leal de fãs. No centro da narrativa, baseada em fatos reais, está um time de beisebol feminino profissional. A série reflete o mundo esportivo pelo ponto de vista das mulheres da década de 1940, pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
São apresentadas personagens e jornadas diferentes da do filme. Mulheres se juntam, em 1943, para formar um time participante da temporada inaugural da primeira liga de beisebol feminino profissional nos Estados Unidos.
A atração usa como base a All-American Girls Professional Baseball League, campeonato de beisebol feminino que existiu nos EUA entre 1943 e 1954. A produção contratou um especialista da liga como consultor e ouviu mulheres sobreviventes que participaram dos jogos naquela época.
Uma Equipe Muito Especial aborda assuntos delicados como racismo e romance homossexual dentro do esporte, explorando essa perspectiva vivenciada pelas atletas.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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