O Critics Choice de 2023 apresentou uma das melhores listas de séries e atores indicados a uma premiação dos últimos tempos; lamentar ausências é comum e faz parte do processo, afinal não tem espaço para todo mundo. Sóbria e correta, a cerimônia coloca na disputa atrações e artistas que realmente tiveram uma temporada digna de nota. E ainda por cima resgatou um drama (The Offer) inexplicavelmente esnobado pelo Emmy deste ano, colocando de tabela Os Anéis de Poder, série mais cara da história, no seu devido lugar.
Focada no conjunto da obra e em elencos, o Critics Choice fez o certo ao não lembrar de Os Anéis de Poder, fora uma exceção. A produção do Prime Video, prelúdio da franquia O Senhor dos Anéis, só recebeu uma mísera indicação, dada ao ator Ismael Cruz Córdova, na categoria melhor ator coadjuvante.
No duelo de séries fantasiosas contra A Casa do Dragão (HBO), spin-off de Game of Thrones, ficou cristalino o ponto fraco de Os Anéis de Poder: o elenco. Embora alguns atores e atrizes da série tenham caído nas graças da audiência, ali não foi apresentada nenhuma atuação para disputar troféus ou estatuetas no atual circuito de premiações.
Em contrapartida, A Casa do Dragão foi carregada por um elenco digno de aplausos. E ganhou três merecidas indicações: melhor drama, atriz coadjuvante (Milly Alcock) e ator coadjuvante (Matt Smith). O elogiado Paddy Considine, entretanto, ficou de fora.
Vale ressaltar que se Os Anéis de Poder passou vexame no Critics, algo que deve se repetir no Globo de Ouro e SAG (premiação do sindicato dos atores), a sorte tende a ser outra nos prêmios técnicos do Emmy. Aí sim a série tem tudo para abocanhar várias indicações, em categorias como fotografia, efeitos especiais, edição de som, figurino, penteado, etc.
Resgate de The Offer
Em julho, assim que saíram os indicados ao Emmy deste ano, uma ausência chamou muito a atenção. The Offer, minissérie sobre como foi feita a produção e gravação do filme O Poderoso Chefão (1972), foi completamente esnobada pela Academia de Televisão americana, um vácuo inacreditável.
O Critics Choice corrigiu essa injustiça. A premiação deu três indicações ao drama de época: melhor minissérie, ator coadjuvante (Matthew Goode) e atriz coadjuvante (Juno Temple). As duas lembranças aos atores servem de consolo, pois mereciam mesmo brigar pelo Oscar da TV.
Goode, que interpretou o renomado produtor de filmes e executivo Robert Evans, está no páreo como um dos favoritos a levar o troféu, inclusive. O maior rival dele é Paul Walter Hauser, devido à atuação mágica em Black Bird na pele de um serial killer frio e manso.
Cadê The White Lotus?
Ótima produção da HBO, com uma segunda temporada tão boa quanto a primeira, The White Lotus recebeu uma única indicação: melhor atriz coadjuvante de drama, para Jennifer Coolidge. Isso porque a atração mudou de categoria por conta do novo formato adotado pela trama.
No ano passado, The White Lotus concorreu como minissérie (e ganhou dois troféus). A premiação virou um drama após a renovação, mesmo contando histórias diferentes a cada temporada. Isso porque existem personagens que estão nas duas levas de episódios. O detalhe é que entre os dramas a concorrência é bem mais acirrada.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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