A primeira metade de 2024 proporcionou aos fãs de séries atuações magistrais. O que falar de Jeremy Renner (Mayor of Kingstown), por exemplo, que voltou a mil por hora após, literalmente, vencer a morte? Sem dúvida, ele encabeça esta lista top 10 que tem desde um retrato real de uma stalker que virou assunto em todo o mundo (Jessica Gunning, Bebê Rena) a um vilão que faz tão bem o papel de herói que muitos acreditam ser ele o mocinho da história (Antony Starr, The Boys).
O Diário de Séries selecionou as dez melhores atuações nas séries de 2024 (até agora). Foram consideradas apenas atrações exibidas em território brasileiro de 1º de janeiro até 26 de junho. Confira:
Anna Sawai, em Xógum: A Gloriosa Saga do Japão
Graciosa, Anna Sawai roubou a cena em Xógum: A Gloriosa Saga do Japão (Disney+), série tida como a grande favorita para levar o Emmy de melhor drama neste ano. Ela encantou na pele de Toda Mariko, mulher inteligente e convertida ao catolicismo que serve como tradutora do marinheiro John Blackthorne (Cosmo Jarvis).
A atriz larga na frente para levar a estatueta de melhor atriz de drama no Oscar da TV de 2024.
Antony Starr, em The Boys
Com milhares de caras e bocas, transição feita em questão de segundos, Antony Starr merece mais reconhecimento pela atuação precisa como Capitão Pátria, o vilão travestido de herói na politicamente incorreta The Boys (Prime Video).
Até agora, ele só conseguiu uma única indicação em um prêmio grande de Hollywood (Critics Choice, 2023). Mas pelo trabalho que tem feito na atual quarta temporada, ele tem tudo para concorrer ao Globo de Ouro e Emmy (somente em 2025, por questões de elegibilidade).
Jeremy Renner, em Mayor of Kingstown
Nunca é demais enfatizar isto: Jeremy Renner quase morreu, segundo seu próprio depoimento e avaliação de médicos. Ele é um milagre vivo após sofrer um grave acidente, em 1º de janeiro de 2023. Um ano depois, ele estava reaprendendo a andar quando voltou ao set de Mayor of Kingstown (Paramount+) para gravar a terceira temporada do drama criminal.
E seu retorno está sendo triunfal, sem fugir de cenas de ação ou que exigem grande esforço físico. Renner é digno de todos os aplausos possíveis pela perseverança, lição de vida e profissionalismo.
Jessica Gunning, em Bebê Rena
Na série que gerou um bafafá daqueles neste primeiro semestre de 2024, Jessica Gunning arrasou. A atriz foi o destaque de Bebê Rena, na pele da lunática stalker Martha Scott, uma ex-advogada, dona de uma ficha criminal, que fica obcecada por um comediante comum.
Mesmo com um longo currículo no mundo das séries, ativa desde 2007, Jessica ficou conhecida mesmo por esse hit internacional da Netflix. Tamanho sucesso a faz ser uma das favoritas ao Emmy de melhor atriz coadjuvante de minissérie. E quando a Martha da vida real apareceu dando entrevistas, percebe-se que Jessica foi cirúrgica em sua representação.
Jodie Foster, em True Detective: Terra Noturna
Sustentada pelo olhar feminino, a quarta temporada de True Detective (HBO), intitulada de Terra Noturna, teve a liderança de Jodie Foster. A atriz, duas vezes vencedora do Oscar (por Acusados e O Silêncio dos Inocentes), fez jus à fama e deu o nome.
Ela foi a camisa 10 do time, que ditou o ritmo e segurou a bronca da trama. Jodie conseguiu dar muita veracidade à sua personagem problemática, a policial Liz Danvers, megazord das anti-heroínas.
Maisie Williams, em The New Look
Em uma das atuações mais comoventes desta década, Maisie Williams deu show na minissérie The New Look (Apple TV+). Cada vez mais madura desde o fim de Game of Thrones (2011-2019), série que a consagrou, a jovem de 27 anos encarnou Catherine Dior, vítima do nazismo, militante da Resistência francesa torturada em campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Maisie entregou uma atuação de gala. A veracidade da atuação se dá pela sua dedicação, além da técnica apuradíssima que demonstra mesmo sendo tão jovem. A eterna Arya Stark perdeu 12 quilos para fazer as cenas pós-campos de concentração. Acrescenta-se o fato de ter raspado a cabeça de forma desigual, brusca, longe de qualquer estilo da mais nova moda.
Marco Ricca, em Justiça
O vilão bom é aquele que você odeia com sangue nos olhos. Pois foi essa reação que Marco Ricca provocou na segunda temporada de Justiça (Globoplay). O veterano ator foi perfeito interpretando Nestor, um político corrupto que foi além do comportamento vil clássico de quem tira proveito ilícito na gestão de verbas públicas. Ele foi cruel contra um jovem inocente pobre, chantageou a filha e rotulou a mulher de louca. E Ricca soube muito bem canalizar essas ruindades. Prova desse feito foi o ódio que seu personagem provocou.
Naomi Watts, em Feud: Capote vs. The Swans
Duas vezes indicada ao Oscar, Naomi Watts caminha para emplacar várias indicações pela sua performance na minissérie Feud: Capote vs. The Swans. Ela ficou irreconhecível na pele da socialite Babe Paley, peça fundamental da narrativa. Pensando em Emmy, uma estatueta que ela merece, a disputa será bastante acirrada. Isso porque a categoria de melhor atriz de minissérie, tradicionalmente, sempre conta com grandes nomes.
Jodie Foster é a rival direta, para se ter uma ideia. Mas estão no páreo atrizes do calibre de Brie Larson (Uma Questão de Química), Juno Temple (Fargo), Nicole Kidman (Expatriadas), Sofia Vergara (Griselda), Kate Winslet (O Regime), Julianne Moore (Mary and George), Uzo Aduba (Império da Dor), Emma Corrin (Assassinato no Fim do Mundo) e Elisabeth Moss (O Véu).
Robert Downey Jr., em O Simpatizante
A ideia é genial por trás dos quatro personagens que Robert Downey Jr. viveu em O Simpatizante (HBO). Esse suspense de espionagem apresenta uma sátira sobre a Guerra do Vietnã (1955-1975) pelo olhar de um agente comunista franco-vietnamita, chamado de O Capitão (vivido por Hoa Xuande), que acabou exilado nos Estados Unidos. Então, Robert Downey Jr. entra em cena.
O ator americano interpretou um agente da CIA, um professor, um político e um cineasta. A ideia de ter a mesma face nesses personagens é zombar do modo absurdo e jeito arrogante de um homem branco americano mediano. É como se, pelo olhar do Capitão, os quatro fossem, de fato, a mesma pessoa, um homem igual ao outro. E Downey Jr., que é craque, arrasou em performances nitidamente distintas entre esses quatro personagens.
Tom Hollander, em Feud: Capote vs. The Swans
Em Feud: Capote vs. the Swans (Disney+), Tom Hollander entregou aquele tipo de trabalho que o ator se perde no personagem. É difícil acreditar que Hollander está ali, por trás do lendário dramaturgo Truman Capote (1924-1984). O ator imprimiu com precisão todos os trejeitos do escritor, desde sua voz absolutamente única ao jeito de se mexer e interagir com o outro. Hollander entregou uma atuação marcante, de fato.
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Bônus: Emma Stone, em The Curse
Essa adição ao top 10 é porque The Curse começou em 2023, mas terminou em 2024. Em grande fase, com a conquista recente de seu segundo Oscar (Pobres Criaturas), Emma Stone conseguiu superar sua má sorte no mundo das séries com a delirante The Curse, deletando o mico pago em Maniac (2017, Netflix).
Na série mais desconfortável dos últimos tempos, Stone viveu Whitney, casada com Asher Siegel (Nathan Fielder). Eles são donos de um inovador projeto imobiliário e assumem o comando de um programa de reformas de casas e estabelecimentos, desses tão populares vistos na TV paga, batizado de Flipanthropy.
A atriz acertou no alvo ao mostrar as duas caras de Whitney. O narcisismo da personagem vai para debaixo do tapete quando as câmeras de seu programa estão ligadas. Aí ela cria uma ilusão e aparenta ser simpática, exalando positividade tóxica.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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