No ar desde 30 de outubro, a segunda temporada de The White Lotus caminha para o episódio final, a ser exibido no próximo domingo (11), na HBO e HBO Max. Em todo esse período, mais de 60 dias, a minissérie não saiu das manchetes de sites de entretenimento e dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Mérito para o desenvolvimento da história, que gradativamente foi soltando pistas sobre elementos cruciais da trama, gerando todo tipo de debate e teoria, sendo assim um exemplo de como uma série deve ser montada.
Uma coisa que contribui para o excelente andamento dos episódios é o controle total do criador, Mike White, que dirigiu e roteirizou todos os sete capítulos da segunda temporada. A tarefa bastante árdua e nada aconselhável rendeu ótimos resultados. Ele soube fazer uma série perfeita dentro do modelo de lançamento semanal. Dessa forma, The White Lotus não iria funcionar na Netflix, pois perderia o impacto.
Observar as nuances de The White Lotus é interessante. Logo no começo, a série estabeleceu um clima de tensão sexual entre Cameron (Theo James) e Harper (Aubrey Plaza), sendo que Cameron é amigo do marido de Harper, o empreendedor tech Ethan (Will Sharpe). Desde então, a narrativa joga lenha na fogueira desse flerte proibido, alimentando diversas teorias.
Um tema constante é traição no casamento. Daí entra a dona de casa Daphne (Meghann Fahy), com um jeito meigo que só ela (apenas aparência mesmo). Ao conversar sobre chifres e afins com Harper, ela assume ser corna mansa, dizendo que até tolera puladas de cerca do marido Cameron.
Porém, The White Lotus deu um toque sutil sobre a nem tão santidade assim de Daphne. No papo com Harper, a dondoca comenta sobre um crush, o personal trainer dela “loiro e de olhos azuis”. Com a intenção de mostrar uma foto dele no celular, Daphne se atrapalha e clica na imagem dos filhos dela com Cameron. Uma das crianças é loira de olhos azuis… Teria Daphne um caso de longa data com o tal personal? Cameron sabe ou não?
Teorias de The White Lotus mantêm série viva
Esses tipos de pistas são soltas sem muito alarde ao longo dos episódios, fazendo até que alguns telespectadores não peguem as referências de cara (as pistas também estão na vinheta de abertura). Esse é um dos pontos brilhantes de The White Lotus, revelando de sopetão coisas pequenas com possibilidade de causarem grande impacto.
Como exemplo está a embalagem de camisinha aberta que Harper encontrou no quarto onde está hospedada com o marido, camisinha essa não usada por eles. Quase como tortura, ela não crê que Ethan esteja falando a verdade, de que a camisinha em questão não era dele, mas sim de Cameron (usada com uma prostituta).
The White Lotus inverte os papéis. Harper tem um momento a sós com Cameron no quarto do casal. Ethan presume que os dois estavam de pegação. Mas Harper nega isso. E Ethan é agora quem está com dúvida sobre o que é verdade ou mentira.
Em outra parte da narrativa, The White Lotus aplica os mesmos recursos, seja com a verdadeira relação entre o carismático Jack (Leo Woodall) e seu “tio” Quentin (Tom Hollander) até o real interesse da amizade de Quentin com Tanya (Jennifer Coolidge).
Desde o princípio, Quentin falou para a nova amiga que iria arranjar um garanhão hétero para pegá-la de jeito, já que ele só convive com homens gays. No penúltimo episódio de The White Lotus, o encontro finalmente aconteceu, com a loira ricaça dominada por um italiano galã puro sangue.
Eis que surge uma potencial reviravolta. Aparentemente, a transa dos dois está sendo gravada. A série não deixou isso claro, mas uma câmera foi observada por telespectadores dentro do quarto onde os dois estão. Se for isso mesmo, quem está gravando? Seria Quentin armando uma espécie de chantagem contra Tanya? O marido dela estaria envolvido nesse plano?
É The White Lotus entregando mais pistas para os telespectadores discutirem o andamento da trama, tentando prever os acontecimentos finais. E deixa evidente como uma série com episódios semanais funciona melhor do que atrações com capítulos de uma temporada lançados de uma só vez.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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