The White Lotus: entenda as pistas da vinheta de abertura da 2ª temporada

Vinhetas de abertura diferentonas, como a da segunda temporada de The White Lotus, são especiais. No caso da atração da HBO, além de preparar o clima para o episódio, com uma trilha magnética e alucinante, o vídeo introdutório solta pistas da trama e de personagens. O legal é que não necessariamente se extrai conclusões definitivas das dicas dadas, ou seja, podem haver variações de acordo com a evolução da narrativa ou análise particular de cada espectador.

Fato é que não existe acaso na vinheta de abertura da segunda temporada de The White Lotus. Como são muitos detalhes, é perfeitamente possível deixar escapar alguma coisa e só perceber determinada imagem mais para frente. De cachorro urinando a homem caindo de uma escada, tudo tem um significado.

A obra é de autoria do estúdio Plains of Yonder, que já assinou vinhetas memoráveis como as de True Blood e Westworld, ambas as séries também da HBO. Mudando um pouco a linha da primeira temporada, a vinheta de agora de The White Lotus é toda baseada no afresco barroco italiano, para capturar a ambiência dos novos episódios, gravados na Itália.

São representações ou adaptações de retratos que os produtores de The White Lotus registraram enquanto trabalhavam na região da Sicília e passaram para os criadores do estúdio de design. A coleção de fotos serviu de base para o trabalho.

Taradices aos montes

Nada na vinheta de The White Lotus está fora de propósito. Com apenas um episódio na conta, algumas imagens ainda estão abertas para interpretação. Principalmente aquelas (várias) com conteúdo sexual ou erótico, implícito e explícito (não se assuste se ver dois bodes mandando ver).

Um momento que chama bem a atenção é a de um cisne transando com uma mulher, remetendo à obra de Leonardo da Vinci na qual Leda (rainha de Esparta) é paquerada pelo deus Zeus, transfigurado em cisne. Na pintura original, a discrição norteou o desenho. Em The White Lotus, a ousadia tomou conta. O fã da série pode tomar a liberdade de decifrar essa pista.

Tem muitas cenas que passam de relance, como aqueles frames da Jequiti que piscam durante a programação do SBT. Mas uma vez visto, é difícil esquecer. Na troca frenética de cena, surge um rapaz ajoelhado, ao fundo de uma pintura, aparentemente fazendo sexo oral em outro homem. Um executivo da HBO, quando viu isso, perguntou se era mesmo o que ele estava pensando. Os criadores da Plains of Yonder deixaram a questão no ar sem resposta, provocando uma curiosidade.

Para ajudar a interpretação, às vezes o nome de um ator é jogado em uma imagem que pode estar atrelado ao personagem que interpreta. Lembra do cachorro urinando? Junto da cena tem o nome de Theo James. Aquilo pode significar o quanto Cameron, personagem do ator, é territorial na trama.

Quando o nome de Aubrey Plaza surge, ao lado estão dois pássaros brigando, aqui pode refletir a dinâmica quase bélica entre Harper (a personagem dela) e o marido.

As interpretações podem diferir, como dito, dependendo do olhar de cada pessoa. Junto com o nome de Jennifer Coolidge, a atormentada Tanya McQuoid, tem uma mulher tristonha, como se estivesse presa em um castelo, com um macaco acorrentado por ela. Tanya é a mulher ou o macaco?

O grande barato da vinheta de The White Lotus é captar as cenas ali retratadas e achar a interpretação mais adequada. Confira o vídeo abaixo e veja se acha algo de interessante (e antes dos episódios, na HBO ou na HBO Max, faça o favor de não pular a abertura):