CONTRADIÇÃO

Fran Drescher explica por que é a voz do movimento antivacina em Hollywood

A presidente do sindicato dos atores tomou vacina contra a Covid-19
REPRODUÇÃO/SAG-AFTRA
Fran Drescher em vídeo do SAG, o sindicato dos atores
Fran Drescher em vídeo do SAG, o sindicato dos atores

Presidente do sindicato dos atores de Hollywood, Fran Drescher vive uma contradição. A atriz, conhecida mundialmente pela série The Nanny, está imunizada contra a Covid-19, mas lidera um movimento antivacina na indústria do entretenimento americana. Em entrevista à Variety, ela teve a oportunidade de explicar os motivos que a fazem agir dessa maneira.

Fran Drescher assumiu o posto de presidente do sindicato SAG-Aftra em setembro de 2021, vencendo na eleição o ator Matthew Modine (o doutor Martin Brenner em Stranger Things, o “papa” de Eleven). Desde então, ela obteve vitórias importantes para a categoria, em parte por ser bem diplomática na mesa de negociações. Só que quando o assunto é vacina contra a Covid-19, ela lidera uma minoria e soma derrotas.

“Estou [sim] na minoria. Entretanto, como presidente do sindicato, minha obrigação é garantir que todos os meus filiados tenham oportunidades iguais de trabalho”, disse, fazendo referência à determinação vigente em Hollywood que obriga, em certas ocasiões, a carteirinha de vacinação contra a Covid-19. Nesses casos, quem não está vacinado não pode trabalhar. Hoje branda, a restrição chegou a ser bem mais severa.

O protocolo sanitário atual segue as diretrizes impostas no primeiro acordo, entre sindicatos e produtoras/estúdios, ativado em setembro de 2020. De lá para cá, houve atualizações de termos. A exigência da vacinação em alguns casos permanece. Mas empresas podem suspender isso, como a Disney já fez, decisão que foi aplaudida por Fran.

Em uma recente pesquisa interna feita pelo próprio sindicato, que é composto por 160 mil atores, 67% disseram que são a favor da obrigação vacinal. Fran Drescher disse que apoia medidas que visam evitar que ocorra qualquer tipo de surto viral no set. Porém…

“Isso não significa, necessariamente, que a vacina tenha de ser exigida. Nem todo mundo pode se vacinar”, argumentou. “E tem gente que não quer [se vacinar] por viverem de forma saudável.”

Na entrevista, Fran tentou contemporizar o debate ao afirmar que a interpretação dela está no meio, entre os que acreditam que a vacina contra a Covid-19 causa efeitos colaterais nocivos e o posicionamento das autoridades de saúde, que garantem a segurança e eficácia dos imunizantes.

“Acredito que, quando a questão se trata do que fazer com os nossos corpos, isso deve ser uma decisão pessoal”, comentou. “Eu tenho minha visão sobre o assunto, mas sou só uma. Aqui não é uma ditadura. E eu vou manter viva a conversa sobre esse tema.”

No próximo dia 23, Fran voltará aos holofotes na 29ª edição do SAG Awards, premiação organizada pelo sindicato dos atores. Outras datas importantes pela frente são: 1º de abril, dia para renovação (ou não) do atual protocolo sanitário; e 30 de junho, quando termina o contrato do sindicato com as produtoras e estúdios (aqui ela precisa de jogo de cintura para evitar uma greve).


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