Ser o segundo melhor drama no Emmy importa? Para Ruptura sim

A corrida rumo à estatueta de melhor drama no Emmy deste ano está decidida. Só uma catástrofe colossal tira o prêmio de Succession (HBO), a segunda vitória da atração na principal categoria do Oscar da TV. Logo, ser a segunda colocada nessa disputa não é nada mal, e Ruptura (Apple TV+), surpreendendo a todos, supera séries aclamadas e populares para ficar com o vice.

Antes mesmo do anúncio dos indicados ao Emmy de 2022, Succession era considerada a franca-favorita na briga entre os melhores dramas. A curiosidade girou em torno das demais atrações lembradas.

Entraram na corrida Round 6 (Netflix), Ozark (Netflix), Better Call Saul (Netflix), Yellowjackets (Paramount+), Euphoria (HBO), Stranger Things (Netflix) e Ruptura. Dessas, qual a melhor?

O pacote completo de Ruptura

Levantamento feito com votantes da Academia de Televisão americana, organizadora do Emmy, aponta que Ruptura é a vice. A cotação da série da Apple só cresce com o passar do tempo entre os integrantes do grupo seleto, condizente com os elogios dados pelos críticos e aos aplausos dispensados pelo público.

Lançada em fevereiro, Ruptura conquistou o espectador de cara, culpa da premissa tentadora. Que tal você poder apagar as memórias do trabalho e não levar os problemas do emprego para casa, e vice-versa? No mundo da atração, isso é possível por causa de um implante colocado no cérebro.

O público vê os funcionários de uma empresa, chamada Lumon Industries, vivendo esse experimento surreal. Realmente, assim que entram no escritório, nenhum deles se lembra do que viveu do lado de fora. São oito horas concentradas em uma função burocrática.

Ruptura ganha força com o desenrolar elétrico da narrativa, afinal de contas não é um conto de fadas inocente. Há coisas estranhas por trás dessa cirurgia e da tal Lumon, assim como acerca das motivações dos personagens. O que acontece de tão trágico para você, voluntariamente, querer dividir a memória e ativar essa ruptura?

O ingrediente-chave do drama, tornando-o ainda mais irresistível, é a produção impecável. A direção dos episódios é estupenda, assim como a direção de arte. O elenco afiado fecha o pacote, o que coloca Ruptura na mais alta prateleira das séries atuais.

Ser segunda colocada em um Emmy tão acirrado é um bom prêmio de consolação (embora não seja oficial). São deixadas para trás séries tipo Stranger Things, com uma quarta temporada madura e envolvente, tal qual Better Call Saul e a última temporada mágica. Sem falar em derrotar o fenômeno Round 6 e a excelente Euphoria.

Os vencedores do Emmy de 2022 serão conhecidos em 12 de setembro. Ruptura está presente na cerimônia com 14 indicações.

João da Paz

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br