TUMULTO

Rival de Fran Drescher, ator de Stranger Things age para greve ser retomada

Base da divisão que ameaça acordo é regulação da inteligência artificial
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Matthew Modine em cena de Stranger Things
Matthew Modine em cena de Stranger Things

Rival de Fran Drescher, atual presidente do sindicato dos atores de Hollywood (SAG), o ator Matthew Modine (Stranger Things) lidera ofensiva contra o acordo firmado por Fran com a AMPTP, entidade patronal que representa os nove maiores estúdios hollywoodianos. Ele age para que integrantes do sindicato, composto de 160 mil profissionais, votem contra o novo contrato. Caso mais de 80 mil filiados (metade +1) optarem pelo não, a greve é retomada, assim como as negociações com os estúdios.

Fran e Modine foram adversários na eleição do SAG de 2021. Eterna Fran Fine de The Nanny, a atriz entrou no pleito sendo apoiada pelo grupo que comandava a associação há 12 anos. Conhecido por viver o doutor Martin Brenner em Stranger Things, o “papa” de Eleven, Modine foi a outra opção na cédula.

Naquela campanha antes da eleição, Fran sofreu duras críticas por nunca ter tido qualquer trabalho ou convivência no mundo sindical. No final das contas, a vitória foi apertada, eleita com 52.5% dos votos dos atores filiados. Em setembro deste ano, ela foi reeleita sem qualquer dificuldade e com apoio integral de diretores graúdos do SAG.

Isso não quer dizer que ela não enfrente oposição. Modine se coloca como o nome mais destacado nesse cenário. Ele tem a voz mais forte contra o contrato acertado entre o SAG e a AMPTP. Em carta aberta, divulgada pelo site Deadline, ele justifica sua posição.

Os filiados do SAG têm até 5 de dezembro para voltarem contra ou a favor do novo acordo, cuja duração é de três anos. Um dos 80 integrantes do conselho do SAG, Modine faz campanha pelo voto “não”.

Como dito, ele precisa convencer mais da metade dos integrantes do sindicato. Nunca na história do SAG que um contrato aprovado previamente pela diretoria foi negado pelos integrantes nesse tipo de votação.

Para Modine, a rejeição tem como fonte as questões acerca do uso da inteligência artificial (IA) em Hollywood. “Se ratificado, os filiados do SAG que consentirem [com a IA] serão explorados digitalmente de formas não claramente definidas e que estão atualmente além da nossa capacidade individual de controlar”, esbravejou o ator.

Ele também critica uma suposta ação de Fran de “esconder” a íntegra do contrato, para que os atores não saibam exatamente em que estão votando. O memorando completo, de 128 páginas, vai ser divulgado na madrugada do dia 24. A presidente crava que esse é o “acordo mais lucrativo, inovador e protetor da história sindicalista em Hollywood.”

O desejo de Modine é que a diretoria do SAG volte à mesa de negociação “e continue a trabalhar nas questões relacionadas à IA e ao consentimento. Que isso seja feito com um esforço sincero para proteger ainda mais os filiados, interpretando com mais precisão as regras de consentimento e o uso da IA.”

Do que se tem notícia, o novo acordo do SAG com a AMPTP trata de imagens “escaneadas” de atores para serem usadas futuramente em qualquer tipo de produção, com auxílio da inteligência artificial. Isso afeta principalmente os figurantes. Qualquer ator precisa concordar em ter sua fisionomia e traços digitalizados. Em seguida, um cachê será pago a cada uso dessa imagem.


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