PERIGOS DO PODER

Qual a mensagem da série O Regime? ‘Não vote em Trump’, diz diretor

Kate Winslet interpreta uma governante autocrata na sátira da HBO
DIVULGAÇÃO/HBO
Kate Winslet na minissérie O Regime
Kate Winslet na minissérie O Regime

Minissérie da HBO sobre um país fictício da Europa Central governado por uma autocrata extremista, O Regime tem uma mensagem clara: “Não vote em Trump”. Essa é a visão de Stephen Frears, diretor de três dos seis episódios do drama estrelado por Kate Winslet. Os capítulos inéditos estreiam aos domingos, na HBO e Max, a partir das 22h.

Em entrevista ao site The Hollywood Reporter, o cineasta britânico deu um recado ao povo americano que pode se estender a qualquer habitante de uma nação real sob ameaça de um líder político que segue a cartilha biruta e desconexa de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos que busca reeleição neste ano. 

Mesmo abraçando a fórmula do exagero, colocando a chanceler Elena (Kate) em situações ridículas enquanto governa uma nação à base do totalitarismo, O Regime tem uma mensagem por trás do humor. Para Frears é esta: “Não vote em Trump.”

“A realidade de Trump [voltar à Presidência americana] aumentou e tem se tornado cada vez mais forte”, acrescentou “A reeleição dele era apenas uma ideia bastante distante [quando começamos a gravar a minissérie]”. A votação americana para a Presidência será em 5 de novembro.

Jessica Hobbs, diretora dos outros três episódios da minissérie da HBO, ressaltou o papel que o entretenimento tem em um cenário político como o atual.

“O alvo do entretenimento é: se você puder fazer algo perigosamente engraçado, algo que deixe as pessoas desconfortáveis, talvez elas pensem no ridículo de situações similares que vemos na realidade. E talvez isso as faça pensar um pouco sobre o que elas podem fazer.”

O Regime adota a linha da comédia absurda para expor os perigos de um governo autoritário, com poder absoluto. Na sátira política, Kate Winslet interpreta Elena Vernham, chanceler de um país fictício localizado na Europa Central. A nação está prestes a desmoronar por causa do regime implementado por ela, que fica cada vez mais paranoica e instável com o passar dos dias.

A minissérie está inserida em um momento especial da humanidade no qual se questiona a função da democracia, aquela que é a pior forma dos regimes, com exceção dos demais, conforme teria dito Winston Churchill, ex-primeiro-ministro do Reino Unido. Nações democráticas, com eleições e tudo, elegem líderes com inclinação absolutista ou até mesmo explicitamente autoritários, arruinando assim a vida da população com rompantes ditatoriais.

O gênero comédia é uma ótima opção para criticar e jogar luz nesse problema, pois o caminho do absurdo é o ideal nessa missão, tal qual fez Veep (visão mais atual da política e governo) ou The Great (visão antiga).

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