As comparações entre Candy (Star+) e Amor e Morte (HBO Max) são inevitáveis. Afinal, as duas minisséries narram a mesma história sobre Candy Montgomery, dona de casa trivial dos anos 1980, no Texas (Estados Unidos), que ficou conhecida como assassina do machado após matar a amiga Betty de forma brutal. Qual das duas atrações é a melhor?
Embora o começo e o fim sejam os mesmos, cada série escolheu caminhos diferentes entre um ponto e outro. Candy optou por uma trajetória complexa, porém envolvente, ao misturar diversas linhas do tempo, mostrando logo de cara o assassinato. Já Amor e Morte seguiu a rota mais reta, dentro de uma linha do tempo padrão, sem antecipar fatos.
Outro diferencial entre as séries é o estilo da narrativa. Candy é perfeita para quem gosta de dramas policiais e jurídicos. Os episódios não demoram muito para adentrar na investigação e julgamento da assassina fria e calculista. Por sua vez, Amor e Morte aborda essas coisas, porém a característica principal é revelar as motivações dos personagens, examinando-os com profundidade.
Nesse aspecto, Candy se sai melhor. O conjunto da obra foi bem satisfatório, praticamente sem espaço para enrolação. Seja mostrando as cenas dos tribunais ou contando como era a amizade entre Candy e Betty dias antes do crime, a minissérie não apenas acertou na escolha de apresentação da história, foi feliz também na execução.
A decisão de Amor e Morte se sustenta no pilar de que muitas pessoas sabem o que aconteceu no final: Candy matou Betty, por causa de adultério, e foi absolvida no tribunal, alegando legítima defesa. Assim, a ideia foi traçar o que levou Candy a cometer tal ato, procurando dedicar mais cenas aos porquês.
Destaques dos elencos
Por questões de grife, Amor e Morte deve ter melhor sorte do que Candy no circuito de premiações hollywoodianas. Além de ser criação de David E. Kelley (vencedor de 11 Emmys), o drama da HBO Max teve mais marketing, consequentemente gerando mais engajamento. Porém, Candy tem um produto mais sólido; só não é reconhecida por isso.
Fora ter uma estrutura narrativa mais atraente, Candy tem um elenco melhor. O destaque, claro, vai para Jessica Biel na pele de Candy Montgomery (vivida por Elizabeth Olsen, em Amor e Morte).
Jessica ficou com um visual muito mais parecido com o da assassina, o que só ajuda na encenação, e incorporou com mais eficiência o ar de dona de casa do interior, religiosa e tradicional. Não que Elizabeth tenha feito um trabalho ruim, mas Jessica se sobressai nesse duelo.
Analisando o restante do elenco, Candy contou com um time mais convincente. Pablo Schreiber foi ótimo como Allan Gore, marido de Betty e amante de Candy. Timothy Simons acabou sendo perfeito na pele do bobalhão e distraído Pat, o (corno) marido de Candy. E Melanie Lynskey encarnou Betty com maestria.
Do lado de Amor e Morte, na comparação com Candy, Lily Rabe é quem chama mais a atenção. Sua Betty Gore, devido às características da trama, mostra-se muito mais complexa do que a versão de Candy. A atriz foi muito feliz em várias cenas como aquela que será morta pela amiga da igreja.
Para quem tem condições, é válido ver as duas séries (que são curtas, 12 episódios somadas). É uma boa experiência, pois contam a mesma história usando modelos bem diferentes. Será nítido notar o destaque de Amor e Morte em quesitos técnicos, como direção de arte e roteiro. Mas pelo todo, Candy fica à frente.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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