PARALISAÇÃO À VISTA

Medo de greve tripla em Hollywood no meio do ano já afeta séries; entenda

Sindicatos dos diretores, roteiristas e atores estão insatisfeitos com os patrões
DIVULGAÇÃO/WANDINHA
O diretor Tim Burton nos bastidores de Wandinha
O diretor Tim Burton nos bastidores de Wandinha

O medo de uma greve tripla em Hollywood, de diretores, roteiristas e atores, é real. Contratos que expiram no meio do ano não começaram a ser discutidos, como é praxe, indício de muita turbulência à vista. Por isso, emissoras e produtoras estão tentando se antecipar a uma possível paralisação, movimento extraordinário que afeta todos os trabalhadores de séries.

Os casos mais emblemáticos da ação urgente contra as greves ocorrem com o drama La Brea e a comédia Night Court, ambas atrações da rede americana NBC. Novas temporadas das respectivas séries foram encomendadas com antecedência. Assim, os episódios das respectivas novas levas vão ser gravados colados com os da temporada atual, para economizar tempo e ter algo novinho em folha para exibir caso tudo em Hollywood fique paralisado.

A tendência é que situações como essas se repitam nas próximas semanas. É uma lição apreendida da grande greve dos roteiristas de 2007-2008, quando a produção de séries cessou e as redes não tiveram séries para exibir. Foi o período no qual os realities shows explodiram na TV americana, único formato no qual era permitido trabalhar durante a greve.

Tensão nos bastidores

Há uma incógnita em Hollywood agora porque é grande o descontentamento dos sindicatos com a AMPTP, entidade que representa as produtoras e estúdios hollywoodianos. O sinal disso é o silêncio sobre as negociações.

Tradicionalmente, quem começa a negociar com a AMPTP é o DGA, o sindicato dos diretores. Depois vem o WGA (roteiristas) e SAG (atores). Ser o primeiro a sentar na mesa é importante, pois o que é acertado ali serve de referência para os outros acordos.

Fundado em 1936, o DGA sempre foi o sindicato mais tranquilo dos três. Em toda história, só houve uma única breve paralisação, em 1987.

A situação agora é outra. O DGA se posicionou oficialmente afirmando que não irá abrir a rodada de negociações. Só vai chamar a AMPTP para uma conversa “quando for o melhor interesse dos filiados”, disse em nota. O atual vínculo termina em 30 de junho, mesmo dia do fim do contrato do SAG.

O caminho está livre para o WGA iniciar as conversas; o acordo encerra em 1º de maio. Acontece que os roteiristas sempre foram os mais duros nas negociações com a AMPTP. Além da greve de toda a categoria há 16 anos, sempre ocorreram pequenas paralisações de grupos descontentes de lá para cá.

Para quem acredita nas travessuras do destino: a última vez que o WGA deu o pontapé inicial nas negociações foi em 2007, o ano da greve dos cem dias.

O DGA soltou um alerta: “Neste instante, os estúdios não estão prontos para atenderem nossas principais demandas”. Os dirigentes do sindicato tiveram conversas não oficiais com integrantes da AMPTP para sentirem o clima. Nuvens densas se aproximam…

Em linhas gerais, os três sindicatos brigam por questões similares, girando em torno de: aumento salarial, maior recebimento de lucros provenientes dos streamings, questões de segurança no trabalho, direitos criativos e aumento da diversidade (de todo o tipo).


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