RESGATADOS PELO FOGO

Fire Country: série que irrita bombeiros reais estreia no Brasil

Canal Sony lança, na segunda-feira (18), drama sucesso de audiência na TV dos EUA
DIVULGAÇÃO/CBS
Max Thieriot em cena da série Fire Country
Max Thieriot em cena da série Fire Country

O canal pago Sony lança, na segunda-feira (18), às 21h55, a inédita série Fire Country, mais uma trama sobre bombeiros na TV. Embora tenha sido líder de audiência nos Estados Unidos na temporada 2022-2023, entre as atrações novatas, o drama acabou irritando bombeiros reais, tudo por causa do teor da narrativa, cujo alicerce é um tanto quanto tradicional.

Para se diferenciar das outras tantas atrações sobre bombeiros, Fire Country tem uma premissa fora da caixinha. Bode Donovan, interpretado por Max Thieriot (Seal Team) é um homem condenado à prisão que entra para uma equipe de bombeiros, no Estado da Califórnia, com o intuito de trabalhar e reduzir a pena. 

O drama imprime um estilo tipo Chicago Fire e Station 19, só que os incêndios combatidos aqui são enormes e descontrolados, em florestas e grandes áreas abertas, imitando as queimadas que atingem de verdade a Califórnia e vistos nos noticiários recorrentemente.

Na base da série estão bombeiros do Cal Fire, que emula o órgão real homônimo, chamado oficialmente de Departamento Florestal e de Incêndios da Califórnia, fundado em 1885. Vem desse lugar os bombeiros que chiam e criticam Fire Country.

Entenda o caso Fire Country

Com Fire Country está ocorrendo algo similar ao visto com The Crown. Se discute o que é ficção e realidade na série, unindo até patrões e funcionários na mesma causa. 

Diretores do Cal Fire vieram a público esclarecer que o departamento não tem qualquer influência na série, pontuando que ali está sendo encenada uma representação equivocada da vida dos bombeiros na Califórnia, principalmente daqueles participantes do programa de reabilitação de presos, em vigor desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Esse programa apresentado em Fire Country foi estabelecido para suprir a falta de profissionais durante aquele período de conflito mundial. Basicamente, os presos de baixa periculosidade selecionados pelo programa trabalham combatendo incêndios e, em troca, ganham redução na pena.

Representantes dos bombeiros também ecoaram contrariedade. O sindicato chegou até a questionar na Justiça o uso do nome Cal Fire no enredo do drama, mas não obteve sucesso na argumentação.

Exibida nas noites de sexta-feira na rede CBS, uma faixa nada usual para uma série líder de audiência da TV americana, Fire Country registrou uma boa média de 8,3 milhões de telespectadores por episódio (“ao vivo” + 7 dias). Boa parte destas pessoas estão conhecendo o programa de reabilitação do Cal Fire e passaram a fazer alguns questionamentos.

Bombeiros que são presidiários têm quatro vezes mais chances de se machucar no trabalho do que os bombeiros de carreira, por exemplo. Os participantes do tal programa ganham bem menos do que um salário mínimo, gerando mais debate.

Tem quem argumente que o salário deveria ser integral. Do outro lado, muitos pensam que, se for fazer isso, é melhor contratar um bombeiro de carreira do que colocar uma pessoa inexperiente no combate às chamas descontroladas. Há ainda espaço para as pessoas que lutam para que esse programa de reabilitação seja extinto.

No meio do sururu estão os produtores, focados apenas em fazer uma boa série de TV. E, como provado pelos números, estão conseguindo, criando conexão com o público. O renomado produtor televisivo Jerry Bruckheimer (franquia CSI) está por trás do projeto, criado por roteiristas que passaram pelo prestigiado drama médico Grey’s Anatomy.

Veja a chamada do canal Sony para Fire Country:

Fire Country foi renovada para a segunda temporada.


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