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Em Grey’s Anatomy, médicos quebram regras e voltam ao trabalho impunes

Owen é o cirurgião da vez que não colhe o fruto de uma atitude inconsequente
DIVULGAÇÃO/ABC
Kevin McKidd na 19ª temporada de Grey's Anatomy
Kevin McKidd na 19ª temporada de Grey's Anatomy

A 19ª temporada de Grey’s Anatomy, atualmente no ar no canal Sony, repete um problema antigo do drama médico. Mais uma vez, um cirurgião foi antiético e criminoso, quebrou regras, mas voltou ao trabalho sem receber uma dura punição. O que acontece com Owen Hunt (Kevin McKidd) agora já foi vivido no passado por Izzie Stevens (Katherine Heigl) e Meredith Grey (Ellen Pompeo).

Durante a reta final da 18ª temporada, Owen foi confrontado por um crime que cometia na surdina: roubo de medicamentos usados em suicídio assistido. Ele fazia isso para ajudar veteranos de guerra, ou soldados de missões no exterior, que lidavam com muitas dores, físicas e emocionais. O remédio facilitaria uma morte digna, o fim do sofrimento, concretizando desejo dos militares em situações como essa.

No estado americano de Washington, onde está localizado o hospital Grey Sloan Memorial, no qual Owen trabalha, o suicídio medicamente assistido é legal. Porém, Owen age à margem da lei, apesar de demonstrar boa intenção (como dizer por aí, “de boa intenção…”).

O cirurgião foi confrontado por um veterano desesperado, que queria o medicamento para dar para a mulher dele. O médico foi alvo de chantagem, não cedeu à pressão, mas foi denunciado. Isso após o pediatra Cormac Hayes (Richard Flood) pedir demissão do Grey Sloan assim que soube das ações antiéticas de Owen da boca dele próprio; preferiu a renúncia ao invés de ser conivente com o crime, pois pela cartilha da profissão, Cormac teria de denunciá-lo.

Owen precisou fugir, ao lado de Teddy Altman (Kim Raver). Seis meses se passaram até o início da 19ª temporada. O casal precisou contratar advogados para Owen não perder a licença médica. Muito dinheiro foi gasto com isso, o que causou delicadas discussões no relacionamento… mas Owen retornou sem muita dificuldade ao Grey Sloan, sem sofrer qualquer punição da diretoria do hospital. E cabia uma repreensão severa.

Ou seja, Owen foi mais um personagem de Grey’s Anatomy que passou ileso após cometer um crime, sem pagar o preço pelas consequências da ação; ação praticada de consciência plena, registra-se. O fato de ter boas intenções não suaviza a postura antiética. Todos os médicos que quebraram regras no Grey Sloan alegaram que tiveram boas intenções.

Foi o caso de Izzie, na segunda temporada, que piorou de propósito a saúde de um paciente para ele subir na lista prioritária de cirurgia e recebeu um novo coração. Os chefes dela não quiseram puni-la por isso.

Na sétima temporada, foi a vez de Meredith ser antiética, burlando um estudo científico sobre o mal de Alzheimer. A narrativa se desenhou para uma possível demissão da cirurgiã geral, algo que (evidentemente) não ocorreu.

Episódios inéditos da 19ª temporada de Grey’s Anatomy são exibidos pelos canal Sony toda terça-feira, às 21h.


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