De Katherine Heigl a Schitt’s Creek: as 6 vitórias mais chocantes do Emmy

Ninguém assiste à premiações por causa da obviedade. Por muito tempo, o Emmy enfrentou a má fama de previsível e precisou mexer nas regras para mudar esse status. Mesmo assim, ao longo da história aconteceram algumas vitórias chocantes, zebras memoráveis justamente por ir na contramão do habitual.

Antes da 74ª edição do Emmy, a ser realizada na segunda-feira (12), o Diário de Séries resgata seis conquistas que deixaram todos boquiabertos, desde a vitória de Katherine Heigl por Grey’s Anatomy até a surpreendente derrota de Emma Corrin no ano passado, superada por Olivia Colman, colega de The Crown. Confira:

Katherine Heigl vence por Grey’s Anatomy, em 2007

Grey’s Anatomy está no ar desde 2005, recebeu 39 indicações ao Emmy e só uma pessoa do elenco fixo ganhou uma estatueta: Katherine Heigl. A atriz, intérprete da oncologista Izzie Stevens, tem essa honra, e provavelmente será a única. 

O prêmio, que a catapultou para ser estrela de comédias românticas no cinema, surpreendeu por ela ser zebra total na categoria de melhor atriz coadjuvante de drama. Katherine derrotou duas concorrentes fortes de The Sopranos, indicadas pela última temporada do drama: Lorraine Bracco (a favorita) e Aida Turturro. Colega de Katherine em Grey’s, Chandra Wilson também estava na disputa.

James Spader vence James Gandolfini, em 2007

The Sopranos deu azar em outra categoria de atuação. Uma das certezas que se tinha antes do Emmy de 2007 era que James Gandolfini, lendário protagonista do drama mafioso da HBO, iria levar mais uma estatueta para casa (ganhou a categoria de melhor ator de drama em 2001 e 2003). Ainda mais por ser a última temporada da série. Porém, uma reviravolta aconteceu.

James Spader, em alta, derrotou Gandolfini pela atuação no drama jurídico Boston Legal, terceira estatueta dele na carreira até então. Das quatro edições do Emmy de 2004 a 2007, Spader venceu a categoria de melhor ator em três. E The Sopranos, melhor drama de 2007, ficou sem nenhuma vitória nas categorias de atuação.

Jim Parsons derrota Steve Carell, em 2011

Os votantes do Emmy, inconscientes ou não, tendem a votar em atores e atrizes consagrados pela última temporada de uma série, ainda mais se estiverem na situação de nunca terem vencido a premiação. No caso, tratava-se da despedida de Steve Carell de The Office, comédia que continuaria o rumo sem Michael Scott, o inesquecível personagem do ator.

Antes de 2011, Steve Carell acumulava cinco indicações consecutivas por The Office como melhor ator de série de comédia; perdeu todas. A expectativa era que o Emmy não deixaria passar a oportunidade de premiá-lo pela última temporada na série. Veio mais uma derrota, a segunda seguida para Jim Parsons (The Big Bang Theory).

Tatiana Maslany supera Viola Davis, em 2016

Na década passada, as corridas na categoria de melhor atriz de drama eram as mais acirradas do Emmy. Só nomes da elite brigavam pela estatueta. Ser lembrada já poderia ser considerado um feito e tanto (sem o clichê dessa expressão). E era assim que Tatiana Maslany se sentia em 2016, a segunda indicação seguida dela por Orphan Black.

No ano anterior, ela viu Viola Davis se eternizar no Oscar da TV com a vitória por How to Get Away with Murder. Em 2016, Viola era a favorita para repetir a dose, tendo na cola só fera: Claire Danes (Homeland), Taraji P. Henson (Empire), Keri Russell (The Americans) e Robin Wright (House of Cards). O espanto tomou conta da premiação quando o nome de Tatiana Maslany foi dito como a vencedora da vez da categoria.

Schitt’s Creek ganha tudo, em 2020

Assim que os indicados ao Emmy de 2020 foram anunciados, rapidamente uma série virou trending no Google. Internautas foram ao site pesquisar o que era Schitt’s Creek, comédia que recebeu 15 indicações (mais do que The Crown, Westworld…). Nos Estados Unidos, ela virou queridinha de um público. No Brasil, passava nas madrugadas do canal Comedy Central.

A surpresa maior estaria por vir. Schitt’s Creek fez algo inédito no Emmy, tornando-se a primeira série da história a vencer todas as categorias da noite principal: melhor comédia, ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, direção e roteiro.

Briga na realeza em The Crown, em 2021

Nas análises prévias da cerimônia do ano passado, uma das categorias na qual se tinha o favoritismo pleno era de melhor atriz de drama. Emma Corrin, pela interpretação mágica da princesa Diana em The Crown, estava muito na frente das rivais na bolsa de apostas. O que a ajudava era ter vencido anteriormente as premiações Critics Choice e Globo de Ouro.

Então, veio um twist. Olivia Colman foi quem recebeu a estatueta de melhor atriz, também por The Crown, vivendo a rainha Elizabeth 2ª. Excelente atriz e digna na série da Netflix, ela superou a favorita da maioria (Emma merecia). Bom para Olivia, que na premiação de 2020 perdeu a categoria para Zendaya (Euphoria).

João da Paz

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br