Novamente no olho do furacão após lançamento de documentário sobre bastidores de séries da Nickelodeon, o showrunner Dan Schneider negou que hipersexualizava atrizes mirins em suas séries, como iCarly e Sam & Cat. Ele se posicionou, via assessoria, em um comunicado entregue à imprensa no qual tenta se eximir de responsabilidades, chegando até mesmo a elencar (outros) culpados.
No último domingo (17), nos Estados Unidos, o canal ID (grupo Discovery) lançou a primeira parte do documentário Quiet on Set: The Dark Side of Kids TV (Silêncio no Set: O Lado Obscuro dos Programas Infantis, em tradução livre); a parte dois vai ao ar hoje. Na peça, vários profissionais que trabalharam com Schneider o acusaram de criar um ambiente de trabalho tóxico, incluindo práticas de má conduta sexual.
Algumas estrelas mirins que passaram por suas criações, como Ariana Grande e Victoria Justice, gravaram cenas com duplo sentido, carregando forte teor sexual. Ele não aparece no documentário, mas respondeu algumas perguntas. Nesta segunda-feira (18), o produtor resolveu se defender mais uma vez, via representantes.
“Tudo o que aconteceu nas séries dirigidas por Dan foi cuidadosamente examinado por dezenas de adultos envolvidos, além de receber a aprovação do canal”, diz a nota. “Se houvesse algum problema real com as tais cenas que algumas pessoas agora, anos depois, estão ‘sexualizando’, elas teriam sido excluídas. Mas elas não foram e ainda hoje continuam sendo exibidas em todo o mundo, apreciadas tanto pelas crianças quanto pelos pais.”
O comunicado de Dan Schneider reforça que todas as histórias, diálogos, figurinos e maquiagens foram aprovados pelos executivos da Nickelodeon. Os roteiros passavam pelo departamento do canal que revisava cada cena para ver se tudo estava de acordo com as práticas e padrões da TV americana, no quesito sobre o que pode e não pode ir ao ar em uma atração voltada ao público adolescente.
“Além disso”, continua a nota, “Todos os dias, em todos os sets, sempre haviam pais e responsáveis assistindo às gravações e aos ensaios. Se houvessem cenas ou roupas inadequadas de alguma forma, elas teriam sido destacadas e bloqueadas.”
“Infelizmente, alguns adultos hoje projetam suas mentes adultas em programas infantis, tirando conclusões falsas sobre eles”, conclui a nota.
A Nickelodeon também se posicionou sobre o documentário, via porta-voz: “Embora não possamos corroborar ou negar alegações de comportamentos de produções realizadas décadas atrás, a Nickelodeon, por uma questão de política, investiga todas as reclamações formais como parte do nosso compromisso de promover um ambiente de trabalho seguro e profissional, livre de assédio ou outros tipos de conduta inadequada.”
No Brasil, Quiet on Set: The Dark Side of Kids TV ainda não ganhou data de estreia; deve ser atração do streaming Max.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br