A Netflix reina plena na indústria do entretenimento. Com méritos, a empresa ganhou o rótulo de “gigante do streaming” por não apenas ser o nome mais dominante desse serviço, mas por ser aquela que, de fato, o aprimorou e aplicou reinvenções, ditando moda. E pensar que tudo começou como uma locadora de DVDs que atendia clientes via entrega em domicílio…
Quando a Netflix foi fundada?
A história da Netflix é uma jornada fascinante, sem dúvida, que exemplifica a evolução da tecnologia, do empreendedorismo e do consumo de mídia. Fundada em 29 de agosto de 1997 por Reed Hastings e Marc Randolph em Scotts Valley, Califórnia (EUA), a empresa nasceu com um modelo de negócio inovador para a época: aluguel de DVDs, de filmes a séries, pelo correio.
Quando a companhia surgiu, a locação de filmes era dominada por lojas físicas, como a Blockbuster. Hastings teve a ideia após pagar uma multa por devolver atrasado uma cópia do filme Apollo 13.
Inicialmente, a Netflix funcionava como uma loja de aluguel de DVDs, oferecendo um serviço onde os clientes podiam selecionar diversas atrações em seu site e recebê-las diretamente em suas casas. A inovação estava no fato de não haver prazos rígidos para devolução nem multas por atraso, o que conquistou muitos consumidores. O modelo de assinatura, introduzido em 1999, permitia aos clientes alugar quantos DVDs quisessem por uma taxa mensal fixa.
Ideia do streaming
A virada de chave veio dez anos depois. Em 2007, a Netflix lançou o serviço de streaming de vídeo que permitia aos assinantes assistirem a filmes e séries diretamente pela internet.
Essa mudança de paradigma foi facilitada pela crescente disponibilidade de conexões de banda larga mais rápidas e pela popularização dos dispositivos de reprodução digital.
Durante os primeiros passos nessa empreitada inovadora, o catálogo era limitado, mas cresceu rapidamente à medida que a empresa fechava acordos com estúdios e distribuidores.
Produção original
Outra ousadia se deu em 2013, quando a Netflix decidiu entrar no jogo da produção de conteúdo original, com a série House of Cards. A empresa passou a ser parceira de distribuição exclusiva de séries feitas por grandes estúdios de Hollywood, como Lionsgate (Orange Is the New Black, também de 2013).
Rapidamente, a plataforma do tudum se consolidou como não apenas um serviço de distribuição, mas também um estúdio de produção de renome, fazendo as próprias séries. A capacidade de criar conteúdo exclusivo permitiu à empresa se diferenciar ainda mais de seus concorrentes.
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Mercado mundial
A expansão internacional começou em 2010, com o serviço sendo lançado no Canadá. Nos anos seguintes, a Netflix ampliou sua presença globalmente, chegando à América Latina, Europa, Austrália, Ásia e, eventualmente, praticamente todos os países do mundo. Cada novo mercado apresentou desafios únicos, incluindo negociações de licenciamento local, tradução e legendas de conteúdos e adaptação às preferências culturais.
Também foram feitos investimentos em produções locais. A ficção brasileira 3% (2016-2020) foi a primeira atração da Netflix de língua não inglesa a fazer sucesso em todo o mundo, abrindo as portas para outras tantas séries fora do eixo EUA-Reino Unido.
Guerra dos streamings
Além de revolucionar a maneira como as pessoas assistem a conteúdo, a Netflix também teve um impacto significativo na indústria do entretenimento como um todo. A empresa investiu bilhões de dólares em conteúdo original, atraindo talentos de alto nível e incentivando outros players do mercado a investir em suas próprias plataformas de streaming.
Isso resultou na chamada guerra dos streamings. No campo de batalha, entraram tanto conglomerados de mídia tradicionais de Hollywood (Disney, Warner) como empresas de outros ramos, tipo a Amazon e a Apple. Apesar do esforço, nenhuma concorrente chegou a ameaçar o império da Netflix.
Cultura pop
Em 2015, brotou o termo Netflix and Chill, algo como “Ver Netflix e Relaxar”, que se tornou um fenômeno cultural e uma expressão popular, destacando como a plataforma se enraizou no cotidiano das pessoas. A expressão ganhou espaço em todo o tipo de música e já está fincada no linguajar de muitos jovens ao redor do planeta.
Premiações
Fora conquistar uma audiência global, de todas as idades e origens, a Netflix mirou nas premiações mais importantes da TV, buscando o tão desejado prestígio da academia e da crítica. O maior palco é o Emmy e suas premiações diversas; estas são as principais vitórias:
- 2021 – The Crown, melhor drama no Primetime Emmy, o Oscar da TV
- 2021 – O Gambito da Rainha, melhor minissérie no Primetime Emmy
- 2022 – Sex Education, melhor comédia no Emmy Internacional
- 2022 – Heartstopper, melhor série jovem adolescente no Children’s and Family Emmy
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
