IMPERDÍVEL

Com reviravoltas fantásticas, Superfície é outro golaço da Apple

Suspense psicológico do Apple TV+ entregou um dos melhores episódios do ano
DIVULGAÇÃO/APPLE TV+
Gugu Mbatha-Raw na primeira temporada de Superfície
Gugu Mbatha-Raw na primeira temporada de Superfície

O streaming da Apple justifica novamente a fama de lançar séries de alta qualidade. O suspense psicológico Superfície é o novo integrante do clube seleto do Apple TV+ e se destaca por uma característica importante: apresenta ao telespectador reviravoltas fantásticas sem gratuidade. 

O sexto e antepenúltimo episódio da primeira temporada, lançado na plataforma na última sexta-feira (19), condensa todas as virtudes do drama, fincando um lugar entre os melhores de todo o ano no mundo das séries.

Quem for começar a assistir Superfície agora precisa entender que o andamento dos primeiros capítulos é cadenciado, como aquela troca de passes entre zagueiro-lateral-volante antes do golaço marcado pelo atacante em um jogo de futebol. Mas tenha a certeza de que, conforme a história avança, tudo fará pleno sentido.

Conheça Superfície

Criação de Veronica West (roteirista com passagens por Dexter, Chicago Fire e Bull), Superfície apresenta a história de Sophie, interpretada de forma magnífica por Gugu Mbatha-Raw. O telespectador a conhece como uma sobrevivente de suicídio, casada com James (Oliver Jackson-Cohen), um homem podre de rico que trabalha em uma firma de investimentos.

O ponto da questão é que Sophie perdeu boa parte da memória após se recuperar do suposto suicídio (teria se jogado no mar). Como não lembra de nada, por ter sofrido um baque na cabeça, ela tem dúvidas sobre se realmente tentou se matar. Afinal, por que uma mulher bem de vida decidiria tirar a própria vida?

O ator Oliver Jackson-Cohen em Superfície
O ator Oliver Jackson-Cohen em Superfície

Aí Superfície começa a ficar interessante. Porém, como dito anteriormente, o desenrolar da trama pode ser lento para algumas pessoas (acredite, vale a pena não largar a série no meio do caminho).

Sophie passa a investigar o que ocorreu com ela, duvidando de todos ao redor. Não é descartada a possibilidade de alguém ter a empurrado no mar. O suicídio viraria tentativa de assassinato.

É bem curioso como a trama pinta James como o grande vilão, por ser tipicamente o personagem que Hollywood desconstrói com fervor: homem branco, cis, bonitão e rico. E a vítima da história é uma mulher negra e, aparentemente, inocente.

Soma-se a isso a suspeita de James ter participado de um desvio de dinheiro (milhões de dólares) na empresa em que trabalha.

Superfície descasca muito bem todas essas camadas até chegar no auge (até agora), que é o sexto episódio. As revelações ditas ali, em vários flashbacks, são cirúrgicas e altamente satisfatórias. É só uma versão do que se passa na jornada dos personagens, entretanto é bastante válida.

Ao ver o sexto episódio, o público fica com a sensação de ter os olhos limpos após algumas gotas de colírio. Tudo fica nítido. São cerca de 50 minutos de pura aula de roteiro, edição, direção e atuação. Até poderia ser o final da temporada, mas vem mais dois capítulos pela frente.

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