O ator Joey Bragg revelou um segredo da Disney que só arranha ainda mais a imagem do conglomerado, na mira dos grevistas de Hollywood, atores e roteiristas. Segundo ele, existe uma explicação lógica, do ponto de vista empresarial, de as séries teens da empresa durarem tão pouco, não passando de três temporadas. Tudo para evitar pagar 100% dos salários a toda equipe.
Integrante do elenco fixo de Liv e Maddie, Joey Bragg expôs a tática da dona do Mickey Mouse. Os executivos da companhia, de acordo com o ator, faziam uso de uma brecha contratual para pagar aos trabalhadores de uma série menos do que o mínimo determinado pelos respectivos sindicatos. Disse ele em entrevista ao podcast Cash Cuties:
“Eles [Disney] têm um acordo no qual, durante as primeiras três temporadas de uma série, podem pagar 88% do salário mínimo para todo mundo. Então, mesmo se a série fizer muito sucesso e merecer quatro, cinco, seis temporadas, situações nas quais o salário mínimo teria de ser pago na íntegra, eles vão lá e fazem um reboot, criando uma nova série.”
Ou seja, como é uma série “diferente”, com outro título, a Disney mantém a estratégia de pagar só 88% do salário, recomeçando o ciclo… De fato, porém, trata-se da mesma atração, mas com outro nome.
É o caso explícito de Liv e Maddie. Foram três temporadas entre 2013 e 2016. Então veio a quarta leva, encerrada em 2017, que ganhou o nome de Liv e Maddie: Cali Style.
O mesmo ocorreu com Hannah Montana, cuja quarta e última temporada foi batizada de Forever. Com Zack & Cody: Gêmeos em Ação, após a terceira temporada, vieram as três últimas levas sob o título de… Zack & Cody: Gêmeos a Bordo.
Fora as séries que terminaram após a terceira temporada, tipo Agente K.C. (com Zendaya), A Irmã do Meio (com Jenna Ortega), Andi Mack, entre outras.
Bob Iger… ou será Tio Patinhas?
Diretor-executivo da Disney, Bob Iger está no olho do furacão. Ele é atacado por todos os lados, de Fran Drescher (presidente do sindicato dos atores) a Bryan Cranston, por ter dito em uma entrevista que a classe artística não está sendo “realista” com as demandas colocadas na mesa de negociação com os patrões na atual greve que para Hollywood.
Lembrando: neste ano, projeções apontam que Iger deve ganhar da Disney US$ 27 milhões, seu primeiro período anual desde quando assumiu novamente o cargo de CEO do grupo.
Essa colocação de Iger também enfureceu trabalhadores que bateram cartão na Disney. Nas redes sociais, pipocaram relatos de descasos com os funcionários mais simples da companhia. O que chamou a atenção foram histórias sobre a empresa cortar até o fornecimento de almoço para poder economizar uns trocados.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br