O ano de 2022 foi riquíssimo em atuações espetaculares no mundo das séries, desde atriz que superou doença rara durante gravações (Christina Applegate) a jovem que foi comparada a Meryl Streep (Sadie Sink). Teve ainda trabalhos surpreendentes que tiraram profissionais da zona de conforto, como Steve Carell (ex-The Office) em um suspense psicológico e Paul Walter Hauser (o Arraia de Cobra Kai) no papel de um serial killer.
Para celebrar esses e outros momentos proporcionados por grandes atores e atrizes, o Diário de Séries selecionou as dez melhores atuações de 2022. Confira:
As dez melhores atuações nas séries de 2022
Andrés Parra – O Jogo da Corrupção
Na pele do cartola de futebol Sergio Jadue, chileno envolvido até o pescoço em casos de corrupção, Andrés Parra é um verdadeiro deleite em Jogo da Corrupção (Prime Video). Sergio é mais do que um narrador da história de João Havelange, notório ex-presidente da Fifa. Ele interfere na trama, exagera alguns fatos (mas não inventa), interage a todo instante com o espectador soltando ótimas frases de efeito e até se apaixona pela mulher de Havelange, vivida por Maria Fernanda Cândido. Não tem nada de narrador observador ou algo do tipo. Vale a pena conferir quem ainda não viu.
Christina Applegate – Disque Amiga Para Matar
A terceira e última temporada de Disque Amiga Para Matar dá um aperto no coração. Isso porque Christina Applegate, uma das protagonistas da comédia da Netflix, gravou a série lidando com esclerose múltipla, doença rara e sem cura que compromete a função do sistema nervoso. A produção teve de adaptar todas cenas com a atriz, sempre a colocando sentada, deitada ou perto de algum objeto ou alguém para se apoiar, pois não conseguia ficar muito tempo em pé, parada sem algum auxílio. Ela entregou tudo e mais um pouco em uma atuação comovente; foi indicada ao Critics Choice.
Isabel May – 1883
Jovem de 22 anos, Isabel May roubou a cena em 1883, spin-off de Yellowstone. Ex-Alexa & Katie (sitcom da Netflix) e Young Sheldon, ela arrasou ao interpretar Elsa Dutton, uma tomboy que desejava ser vaqueira e desfrutar uma vida longe dos padrões da feminilidade. Em 1883 (Paramount+), Isabel foi a narradora de uma história épica sobre a primeira geração da família Dutton que desbravou o Velho Oeste, no final do século 19. A atriz brilhou ditando os passos da trama, sempre com versos poéticos sobre a jornada, e atuando na frente das câmeras.
Jenna Ortega – Wandinha
Outra jovem que se destacou em 2022 foi Jenna Ortega. Aos 20 anos, a atriz virou sensação em tudo que é lugar, da TV ao TikTok, pela atuação primorosa em Wandinha (Netflix), encarnando a sombria e sarcástica adolescente cria da Família Addams. A personagem caiu como uma luva em Jenna, uma máquina de reflexões mórbidas e engraçadas ao mesmo tempo. Wandinha destilou a todo instante verdades de sua filosofia de vida niilista. No final das contas, a construção da menina gótica foi muito bem desenvolvida. Recebeu indicações ao Critics Choice e Globo e Ouro.
Mandy Moore – This Is Us
Totalmente injustiçada, sem sequer ter sido indicada ao Emmy, Mandy Moore atingiu o auge como Rebecca Pearson na sexta e última temporada de This Is Us (Star+). Ela entregou tudo na fase mais crítica da matriarca, quando enfrentou a maior vulnerabilidade da doença de Alzheimer. Mandy viveu de tudo na pele de Rebecca e merecia muito mais reconhecimento no circuito de premiações. É inacreditável olhar para trás e ver que ela só foi indicada uma única vez ao Emmy, em 2019. Ao menos, pela sexta temporada de This Is Us, ela está na disputa do Critics Choice.
Maude Apatow – Euphoria
Zendaya é a dona de Euphoria. Mesmo na segunda temporada, quando foi coadjuvante da própria história, bastou um único episódio para ter a atuação digna (e vencedora) de Emmy. Mas a grande atriz da segunda leva do polêmico drama teen da HBO foi Maude Apatow, a verdadeira MVP. Lexi, a personagem dela, esteve no centro da narrativa e foi estonteante a todo momento, montando uma peça de teatro grandiosa sobre as amigas adolescentes da escola. Foi a Euphoria dentro de Euphoria, uma metalinguagem que funcionou muito bem.
Paul Walter Hauser – Black Bird
Em Cobra Kai, o ator Paul Walter Hauser interpreta o carateca Arraia, personagem que o público ama odiar. Sem demérito, ele faz um homem bobalhão e infantilizado, papel que o atravanca. Quem é fã da série da Netflix tem que ver o drama Black Bird, no Apple TV+, para testemunhar a qualidade de Hauser, que dá show vivendo um serial killer sombrio. Acredite, você vai se surpreender. O ator incorpora com perfeição um assassino frio, obscuro e perturbador. O personagem tem características absolutamente opostas ao Arraia. Hauser está concorrendo ao Globo de Ouro e Critics Choice.
Rhea Seehorn – Better Call Saul
Antes tarde do que nunca, Rhea Seehorn foi indicada ao Emmy deste ano na categoria melhor atriz coadjuvante de drama. O absurdo é essa ter sido a única disputa dela no Oscar da TV. Desde sempre, Rhea foi cirúrgica vivendo a advogada Kim Wexler em Better Call Saul (Netflix). Com o avanço da história, com a personagem aos poucos se deixando levar pelos trambiques do marido Jimmy McGill/Saul Goodman (Bob Odenkirk), a atriz teve mais oportunidade de gastar todo talento fazendo várias caras como advogada defensora da lei e transgressora ao mesmo tempo. No final do drama jurídico e criminal, Kim tomou conta do jogo.
Sadie Sink – Stranger Things
Antes da quarta temporada de Stranger Things estrear, Winona Ryder antecipou o que viria pela frente com uma declaração impactante. Em entrevista ao site E! News, ela comparou Sadie Sink, que tinha acabado de completar 20 anos, com Meryl Streep, uma das maiores lendas da atuação. Exagero ou não, fato é que Sadie simplesmente foi o grande destaque de Stranger Things 4 (Netflix). Na pele da introvertida Max, ela demonstrou muita sensibilidade e foi precisa. E veio dela o momento épico da temporada, aquele que ressuscitou a música Running Up That Hill, de Kate Bush, canção de 1985.
Steve Carell – O Paciente
Eternamente lembrado por ser o chefe amado-odiado Michael Scott em The Office, Steve Carell tem dezenas e dezenas de outros papéis de todo o tipo em uma carreira longa, iniciada no começo dos anos 1990. Contudo, nada se compara ao que ele viveu em O Paciente (Star+), minissérie na qual faz um terapeuta que tem como cliente um serial killer que deseja nunca mais matar alguém. De forma surpreendente, Carell dá um show em um papel essencialmente dramático. Com barba branca e tudo mais, ele se distanciou completamente de Michael, mostrando ser um ator versátil.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
Siga nas redes
Fale conosco
Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível para o usuário. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar a nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Você pode ajustar todas as configurações de cookies navegando pelas guias no lado esquerdo.
Cookies estritamente necessários
Cookies estritamente necessários devem estar sempre ativados para que possamos salvar suas preferências para configurações de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.
Cookies de terceiros
Este site usa ferramentas de terceiros, como Google Analytics, Google Adsense, entre outros, para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter este cookie ativado nos ajuda a melhorar nosso site.
Ative primeiro os Cookies estritamente necessários para que possamos salvar suas preferências!