UM DIA POR VEZ

Análise: Succession copia fórmula de 24 Horas e faz despedida triunfal

Atração da HBO caminha para arrebatar mais um Emmy de melhor drama
IMAGENS: DIVULGAÇÃO/HBO
Sarah Snook na 4ª temporada de Succession
Sarah Snook na 4ª temporada de Succession

A quarta e última temporada de Succession chega ao fim, no domingo (28), de forma triunfal. O drama da HBO pegou o melhor da série 24 Horas e aplicou em sua estrutura narrativa, com cada episódio de despedida se passando em um dia da família Roy durante pouco mais de uma semana. O clã midiático se envolveu em todo tipo de história nesse curto período, de tragédia a intriga nos bastidores de uma negociação corporativa de grandes proporções.

Desse jeito, Succession conseguiu fazer uma temporada diferente das outras, melhor até, sendo a favoritaça a vencer o Emmy de melhor drama neste ano; que seria a terceira conquista nessa categoria. 

A força da leva final está no roteiro, que gerou um episódio mais empolgante do que o outro, sem nunca deixar os principais personagens de fora, dando destaque a cada um deles em situações cruciais. Todo mundo teve a oportunidade de brilhar.

Recap de Succession: ‘A cada dia basta o seu próprio mal’

Um dia não foi nada parecido com o anterior na quarta temporada de Succession. O ponto de partida foi o aniversário de Logan Roy (Brian Cox), “celebrando” 80 anos (ele não estava muito afim de curtir a festinha). Sua preocupação era a finalização do acordo de seu conglomerado, Waystar, com a GoJo, marcado para ocorrer nas próximas 48 horas.

Três dos quatro filhos do magnata, Shiv (Sarah Snook), Roman (Kieran Culkin) e Kendall (Jeremy Strong), sequer foram à festa do papai. Eles estavam armando estratégias para ferrar com a vida do progenitor.

Sarah Snook, Jeremy Strong e Kieran Culkin em Succession
Sarah Snook, Jeremy Strong e Kieran Culkin em Succession

No dia seguinte (segundo episódio), Logan foi encarar os filhos; logo em uma sala de karaokê, veja só. O chefão disse para eles não melarem o acordo com a GoJo. Kendall e Shiv negaram fazer as pazes. Pelas costas dos irmãos, Roman cedeu e firmou aliança com o pai, desde que colaborasse nas negociações com Lukas Matsson (Alexander Skarsgård), o CEO da Gojo.

No terceiro episódio, o tapete foi estendido para dois eventos em um único dia: o casamento de Connor (Alan Ruck) e a viagem de Logan e parte de sua equipe para a Suécia, na missão de bater a martelo com a GoJo. Então, se deu a fatalidade repentina: Logan sofreu parada cardíaca e morreu durante a viagem dentro do avião, que urgentemente retornou aos Estados Unidos.

O velório foi no dia seguinte (quarto episódio). Os três irmãos tiveram de encarar a realidade de que um deles, ao menos provisoriamente, teria de assumir o dia a dia da empresa até a definição de um sucessor (ou sucessora) oficial. Shiv foi escanteada, por não ter posição formal no conglomerado.

Logo, os dois homens se saíram bem. Roman detinha o cargo de diretor operacional (COO). E Kendall fora escolhido pelo pai como o sucessor (há dúvidas quanto a isso). Um denominador foi encontrado. Roman e Kendall passaram a ser os co-CEOs da Waystar.

Após o luto, o negócio com a GoJo tinha de ser retomado. Então (quinto episódio), 24 horas após o velório, os Roys e diretores da companhia foram até a Noruega encontrar Matsson. O objetivo era acertar os termos finais da compra, especificamente determinando o valor da transação.

Inicialmente, Roman e Kendall tinham a meta de ganhar o máximo possível de dinheiro nessa venda à GoJo. Porém, eles pegaram gostinho pela coisa de ser chefe e viraram a casaca. A sabotagem voltou a ser assunto, agora para eles continuarem no comando da Waystar.

Alexander Skarsgård na 4ª temporada de Succession
Alexander Skarsgård na 4ª temporada de Succession

O evento anual voltado aos investidores da Waystar foi logo quando a trupe retornou da Noruega (sexto episódio). Aqui, Kendall estava convicto de que queria continuar como CEO. Para tanto, a aposta foi um novo lançamento de produto/serviço, visando o aumento no valor das ações (o que ele conseguiu alcançar). 

Conversas importantíssimas foram travadas no sétimo episódio, que se passou durante uma única noite, festa organizada pelos Roys na véspera da eleição americana. O jogo tem de um lado Roman e Kendall, querendo minar o acordo com a GoJo. Já Shiv demonstrava interesse em vender tudo para Matsson; ela pensava assim por interesse, pois poderia ganhar um cargo na alta cúpula da Waystar com o sueco no comando.

Chegou, então, o dia da eleição para presidente dos Estados Unidos (oitavo episódio). Era a hora dos Roys também escolherem qual candidato apoiar. Roman e Kendall, por puro interesse, foram de Jeryd Mencken (Justin Kirk), candidato da direita ultraconservadora; e um tanto quanto fascista. Tudo porque o político poderia invalidar a venda da Waystar, uma empresa americana, a um comprador estrangeiro. 

Shiv, claro, ficou do lado oposto do ringue. A irmã caiu em desgraça assim que Kendall descobriu que ela estava sendo uma espécie de espiã, trabalhando para Matsson e traficando informações sigilosas, traindo assim os irmãos.

Só no nono episódio, depois da eleição presidencial, se deu o funeral de Logan. Shiv conseguiu convencer Mencken a aprovar o acordo Waystar-GoJo desde que fosse apontado um CEO americano (ela espera ser a escolhida para o cargo). Roman teve uma crise de choro na igreja durante o funeral, o que derreteu a confiança que Mencken tinha nele.

Kendall agiu para ser ele o CEO solo da Waystar, procurando ganhar votos do conselho, única forma de bloquear a venda. Ele fez isso porque sentiu que o governo americano não irá interferir nessa transação que, se concretizada, pode resultar em Shiv no cargo de CEO.

No Emmy, Succession tem tudo para ter múltiplas indicações nas categorias de roteiro e direção por esses nove episódios (sem contar o décimo, o gran finale). Os capítulos três, sete, oito e nove são os que se sobressaem.


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