A comédia romântica Emily em Paris realmente é um fenômeno. Como explicar tanto ódio contra uma série tão inocente e bobinha, a ponto de existir torcida a favor do cancelamento? Das duas uma: quem odeia as aventuras da marqueteira Emily ou não entendeu o propósito da série… ou simplesmente não quer entender, optando pelo caminho mais fácil do rancor pelo rancor mesmo.
Para a Netflix, até agora, Emily em Paris é um achado daqueles. Além de ser um sucesso inconteste de audiência, só crescendo temporada após temporada, a série ainda ajuda a empresa a aumentar o valor de mercado no mundo das finanças, como os números provam. E isso com um investimento de entrada bem baixo.
Enquanto odeiam, Emily em Paris estoura na audiência seguindo a mesma característica lá da primeira temporada, lançada no auge da pandemia de Covid-19: é o escapismo real da dura realidade que o povão vive. Escapismo esse que só funciona porque há uma investida na superficialidade, irrealismo e romances de filmes da Sessão da Tarde, sem esquecer da vida profissional idealizada. São esses elementos usados pelos críticos para chiar, registra-se.
Assistir Emily em Paris é embarcar em uma fantasia, não muito diferente do que uma jornada nas estrelas ou em um mundo rodeado de dragões e elfos. A beleza da capital francesa é admirada de longe por quem nunca sequer sonhou em pisar naquele terreno. A comédia aumenta a dose da boa inveja ao marcar presença nos lugares mais chiques e descolados da Cidade Luz.
Vivida por Lily Collins, a personagem central da narrativa tem uma jornada de conto de fadas moderno. Trabalha tirando selfies, bate cartão usando figurinos ousados e belos (sem repetir o guarda-roupa), está inserida em um triângulo amoroso rodeado de galãs, tem uma vida independente dos pais (bem longe da parentada, inclusive), come nos melhores restaurantes, conquista um job importante tomando sol (e drinques) na beira da piscina… Se formos honestos, todos queríamos passar algumas horas calçando os sapatos de Emily.
Mas o que nos resta é o oposto desse luxo e glamour. Após pegar metrô e ônibus lotados, enfrentando um trânsito caótico, o alento é esquentar algo na air fryer, tomar refrigerante do dia anterior e deixar a mente se desligar do estresse diário viajando para Paris nem que seja por meros 30 minutos, pausa necessária da rotina desgastante.
Esse é o propósito da série, indicada ao Emmy de melhor comédia (eis outra verdade que os críticos odeiam lembrar e citam com desdém).
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
Siga nas redes
Fale conosco
Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível para o usuário. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar a nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Você pode ajustar todas as configurações de cookies navegando pelas guias no lado esquerdo.
Cookies estritamente necessários
Cookies estritamente necessários devem estar sempre ativados para que possamos salvar suas preferências para configurações de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.
Cookies de terceiros
Este site usa ferramentas de terceiros, como Google Analytics, Google Adsense, entre outros, para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter este cookie ativado nos ajuda a melhorar nosso site.
Ative primeiro os Cookies estritamente necessários para que possamos salvar suas preferências!