COMEÇO SOFRIDO

A série perdida de Law & Order que pagou os boletos de Jessica Chastain

Durante muito tempo, a atriz viveu dos residuais de Trial by Jury, filhote da franquia famosa
REPRODUÇÃO/NBC
Jessica Chastain em cena de Law & Order: Trial by Jury
Jessica Chastain em cena de Law & Order: Trial by Jury

Hoje atriz da alta prateleira de Hollywood, vencedora do Oscar, a americana Jessica Chastain tem uma trajetória de carreira comum a tantas outras atrizes, superando muitas dificuldades durante os primeiros passos em Hollywood. Mesmo formada na prestigiada escola Julliard, em Nova York, ela demorou para atingir o estrelato. E os residuais de sua atuação em série da franquia Law & Order ajudavam a pagar os boletos e sobreviver mais um dia.

Ela lembrou esse período de altos perrengues em entrevista ao jornal Los Angeles Times. Lá no início, foram oito anos de muita batalha, de sua estreia como atriz (2004) até sua primeira indicação ao Oscar (2012), quando a trajetória de sua carreira deu uma guinada para cima. Nesse meio do caminho estava a salvadora Law & Order: Trial by Jury.

Atualmente perdida, indisponível no mundo dos streamings, Trial by Jury é um ponto fora da curva da franquia jurídica e policial. Lançada em 2005, a série só teve 13 episódios e foi cancelada na primeira temporada. A ideia da trama era focar somente na parte jurídica, mostrando um julgamento por todos os ângulos, dos promotores e da defesa, da preparação ao embate no tribunal.

Jessica atuou em três desses 13 episódios de Trial by Jury na pele da Sigrun Borg, assistente da promotoria pública nova-iorquina. Sua personagem interagia diretamente com as protagonistas Tracey Kibre (interpretada por Bebe Neuwirth) e Kelly Gaffney (Amy Carlson). Vieram desses episódios o dinheirinho dos residuais (direito de imagem) que salvou Jessica.

Eu não sei o que eu faria sem aquele dinheiro do residual”, falou a atriz ao LA Times. Ela comentou isso lembrando que os tais residuais são o ponto central do embate entre o sindicato dos atores (SAG) e a AMPTP, entidade patronal que representa os nove maiores estúdios de Hollywood, atrito que culminou na greve da categoria que acabou de completar um mês.

“Só sei que os atores não podem abrir mão [de melhorar o repasse dos residuais]”, reforçou. “Eles simplesmente precisam resistir. Principalmente pensando nos figurantes.”

Jessica é estrela hollywoodiana, porém nessa época de Law & Order ela só tinha um Honda Civic caindo aos pedaços. O calhambeque era seu transporte de audição em audição por toda Los Angeles, à procura de trabalho. Enquanto não conseguia emplacar algo, os cheques dos residuais garantiam o sustento (inclui na conta aí passagens breves por Plantão Médico e Veronica Mars).

Ela chegava a fazer cinco testes por dia. Não tinha jeito: em alguns chegava suada, despenteada… e não conseguia o papel. “Eu parava em postos de gasolina para trocar de roupa e rapidamente poder memorizar as falas dos testes… Tipo, eu estava tentando fazer o máximo que podia”, lembrou.

A carreira no cinema começou relativamente tarde, aos 31 anos, em 2008 (filme Jolene). Eram tantos testes feitos e acumulados que quando a graça bateu na porta veio com tudo. Em 2011, Jessica atuou em seis filmes, um deles sendo o icônico Histórias Cruzadas, que lhe rendeu indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante; perdeu a estatueta para a colega de cena Octavia Spencer.

As portas, então, se abriram e a vida melhorou. Estrela do cinema, ela deixou a TV de lado até 2021, quando atuou e produziu Scenes from a Marriage (HBO Max). No ano passado, ela fez a minissérie George & Tammy (Paramount+), pela qual concorre ao Emmy de 2023.


Acompanhe o Diário de Séries no Google Notícias

Siga nas redes

Fale conosco

Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
contato@diariodeseries.com.br
magnifiercross