RETROSPECTIVA

De Disclaimer a Os Outros: as dez piores séries de 2024

Ano foi marcado por grandes decepções
DIVULGAÇÃO/APPLE TV+/GLOBOPLAY
Cate Blanchett em Disclaimer (à esq.); Letícia Colin em Os Outros
Cate Blanchett em Disclaimer (à esq.); Letícia Colin em Os Outros

A lista das piores séries de 2024 é marcada por decepções. Projetos promissores no papel, como Disclaimer e A Franquia, entregaram episódios ruins, confusos e pouco atraentes. Enquanto dramas como Os Outros estragaram histórias boas, algumas atrações desafiaram a lógica da própria existência, tipo Da Ponte Pra Lá e A Morte Entre Outros Mistérios.

O Diário de Séries lista as dez piores séries de 2024, exibidas em território brasileiro de 1º de janeiro a 18 de dezembro. Marcam presença produções péssimas de fato e aquelas que desceram ladeira abaixo após temporadas de estreias promissoras. Confira:

 

Elenco da série A Franquia
Elenco da série A Franquia

A Franquia (HBO)
Tudo sobre a comédia A Franquia é interessante (ao menos na teoria). A ideia da série foi achincalhar a indústria pasteurizada de filmes de heróis, acompanhando a rotina de gravação de um filme desse tipo. Contudo, a execução foi trágica, com personagens chatos, subdesenvolvidos e presos em uma narrativa sem sentido. A tristeza é que o potencial da série era dos mais interessantes.

 

Violett Beane em A Morte Entre Outros Mistérios
Violett Beane em A Morte Entre Outros Mistérios

A Morte Entre Outros Mistérios (Disney+)
Preguiçosa e maçante, A Morte Entre Outros Mistérios foi merecidamente cancelada após uma única temporada. O suspense estilo ‘quem matou?’ exalou falta de criatividade e não empolgou. Os dois pontos mais importantes de suspenses dessa laia foram frágeis na série, tanto a revelação de quem cometeu o tal assassinato como a jornada até essa descoberta.

 

Gabz em cena de Da Ponte Pra Lá
Gabz em cena de Da Ponte Pra Lá

Da Ponte Pra Lá (Max)
O “tempo de vida” de Da Ponte Pra Lá foi de dez dias. Esse foi o período entre o lançamento no streaming Max e a notícia do cancelamento. A supervalorizada atriz Gabz acumulou o terceiro cancelamento de série em sua jovem carreira; esteve presente nas fracassadas Temporada de Verão (Netflix) e As Seguidoras (Paramount+). E também não vai bem como protagonista da atual novela das 9 da Globo, Mania de Você, que consecutivamente bate recordes negativos no ibope.

Da Ponte Pra Lá teve um ponto fraco gritante: o uso das gírias periféricas. A falta de autenticidade na aplicação dos termos tão populares nas quebradas paulistanas atingiu o nível cringe. A série da Max errou aí, pois não retratou veracidade, fazendo da personagem de Gabz, a estudante Malu, um estereótipo. Ninguém da quebrada fala daquele jeito, a todo instante.

 

Cena da minissérie Decameron
Cena da minissérie Decameron

Decameron (Netflix)
Esta é mais uma série que, só pela sinopse, parece interessante. A comédia prometeu apresentar um verdadeiro bacanal em pleno século 14. Com assinatura de Jenji Kohan (Orange Is the New Black), a produção usou como base contos clássicos italianos, escritos por Giovanni Boccaccio, e trouxe muito erotismo durante a Peste Negra, na zona rural da Itália.

Contudo, os episódios provaram ser um verdadeiro porre. As soluções acerca das motivações dos personagens foram absolutamente rasas, ao ponto de tudo perder a graça logo nos primeiros capítulos. Não valeu a pena seguir em frente com uma história capenga e medonha.

 

Cate Blanchett na minissérie Disclaimer
Cate Blanchett na minissérie Disclaimer

Disclaimer (Apple TV+)
A galerinha descolada curtiu Disclaimer por causa do final realmente revelador. Contudo, a caminhada até lá foi sofrível. O drama enigmático ao extremo simplesmente deixou o espectador à deriva durante boa parte da trama. Na largada, o enredo é praticamente impossível de ser compreendido. Como o ponto de partida não foi sucinto, Disclaimer se embananou toda para explicar a razão de ser da história ali contada.

 

Sam Song Li com Michelle Yeoh em Irmãos Sun
Sam Song Li com Michelle Yeoh em Irmãos Sun

Irmãos Sun (Netflix)
Embora tenha alcançado bons números de audiência para os padrões da Netflix, Irmãos Sun não entregou o que era esperado para assegurar uma renovação. Assim, o cancelamento foi decretado levando em conta outros fatores da fórmula, como a qualidade da narrativa em si, nada tão atraente que merecesse sacrifícios financeiros para encomendar uma nova leva de episódios. Dois meses após o lançamento, o fim foi decretado.

 

Shane Gillis na série O Rei dos Pneus
Shane Gillis na série O Rei dos Pneus

O Rei dos Pneus (Netflix)
Sim, a TV precisa de comédias ácidas, daquelas que flertam com o politicamente incorreto (tal qual a imbatível Two and a Half Men). Mas é preciso fazer algo com o mínimo de qualidade quando se adentra nesse terreno. Não adianta só criar uma série de humor polêmica só porque sim.

O Rei dos Pneus caiu na vala da gratuidade ao apostar em piadas de duplo sentido e afins ao retratar a rotina de trabalhadores de uma oficina mecânica. A atração tentou ser antiwoke, servindo como contraponto ao mordaz movimento do politicamente correto, porém o resultado foi essencialmente ruim. Faltou sagacidade e uma crítica genuinamente afiada sobre a sociedade atual.

 

Kate Winslet na minissérie O Regime
Kate Winslet na minissérie O Regime

O Regime (HBO)
Das três grandes minisséries nas quais a HBO apostou tudo no primeiro semestre de 2024, O Regime foi a maior decepção (True Detective: Terra Noturna e O Simpatizante tiveram saldo positivo). O erro da sátira política, feita para expor os perigos de um governo autoritário e com poder absoluto, foi não ter coerência no fio condutor da narrativa. Tudo foi muito desconexo, sem chão firme. Ficou a paródia pela paródia, apenas.

 

Eduardo Sterblitch na 2ª temporada de Os Outros
Eduardo Sterblitch na 2ª temporada de Os Outros

Os Outros (Globoplay)
De uma primeira temporada na lista das melhores do ano a uma leva constrangedora. A qualidade de Os Outros despencou na ridícula segunda temporada. Episódio após episódio, o drama nacional foi derretendo, derretendo… Isso por causa de uma estrutura pessimamente construída, que pecou em inúmeras frentes com cenas desnecessárias, maçantes e manjadas. Não houve nenhuma surpresa digna, pois as supostas grandes reviravoltas da trama puderam ser decifradas a quilômetros de distância.

 

Jeff Daniels na minissérie Um Homem por Inteiro
Jeff Daniels na minissérie Um Homem por Inteiro

Um Homem por Inteiro (Netflix)
Mago das séries jurídicas, David E. Kelley lança vez ou outra um drama para provar que toda regra tem uma exceção. O showrunner por trás de hits como O Poder e a Lei e Acima de Qualquer Suspeita, para citar produções recentes sobre o mundo da advocacia, criou a desastrosa minissérie Um Homem por Inteiro.

Jeff Daniels foi o protagonista do drama sobre interesses políticos e comerciais por trás do mercado imobiliário de Atlanta. Nada funcionou na narrativa, desde as atuações ao enredo pouco brilhante. Está entre as séries mais mal avaliadas de 2024, segundo os críticos.

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