REFERÊNCIA

2 pessoas e 1 documento: os elos entre Better Call Saul e Breaking Bad

Saiba como foi feito o trabalho de conexão entre as duas séries
DIVULGAÇÃO/AMC
Bryan Cranston (à esq.), Aaron Paul e Bob Odenkirk em Better Call Saul
Bryan Cranston (à esq.), Aaron Paul e Bob Odenkirk em Better Call Saul

Quem viu Better Call Saul (Netflix) após terminar Breaking Bad percebeu como as duas séries se conectaram com precisão. A série filhote foi fiel à trama mãe nos mais minuciosos detalhes. Para chegar nesse resultado, porém, houve uma dedicação intensa de somente duas pessoas nos bastidores de Better Call Saul. Elas elaboraram um documento de 52 páginas sobre todas as ligações entre ambas as narrativas.

Ariel Levine (roteirista) e Kathleen Williams-Foshee (coordenadora de roteiro) formaram a dupla que manteve Better Call Saul na linha. Não houve introdução de personagem ou trama sem uma consulta prévia sobre um possível paralelo com Breaking Bad. O objetivo era evitar erros de continuidade.

Para tanto, haja maratona. Em entrevista ao jornal The New York Times, Ariel disse que assistiu Breaking Bad sete vezes, do começo ao fim. Já Kathleen viu, pelo menos, cinco vezes. “Só o episódio que Saul foi apresentado [na série mãe], eu vi umas 20, 25 vezes”, revelou Ariel.

O esforço tinha uma razão de ser. Na sala de roteirista, durante a construção dos episódios, as duas tinham liberdade de intervir em qualquer situação, apontando o que poderia ser feito (ou não) com um personagem ou cena, sempre se baseando no que ocorreu em Breaking Bad.

Fazendo valer a lei de que toda regra tem exceções, algumas situações em Better Call Saul não bateram com Breaking Bad propositadamente, em prol da narrativa do drama filhote. Foram questões marginais à história principal, como a data de formatura de Saul Goodman/Jimmy McGill (Bob Odenkirk) ou quantas mulheres ele se casou antes de se juntar com Kim Wexler (Rhea Seehorn).

Ariel e Kathleen tiveram total domínio desse segredo que até conseguiram se livrar da kryptonita delas. Um item simples como um mero calendário poderia minar todo o trabalho, pois um espectador mais atento, caçador de falhas, poderia apontar inconsistências na ordem dos eventos. 

Por isso, as duas fiscalizaram de perto a produção e não deixaram que qualquer tipo de calendário aparecesse nos episódios sem uma justificativa plausível.

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