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Vikings: Valhalla usa historiador para evitar que trama fuja dos fatos reais

Missão é não deixar que a narrativa se distancie do que realmente aconteceu no século 11
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Frida Gustavsson e Leo Suter na 2ª temporada de Vikings: Valhalla
Frida Gustavsson e Leo Suter na 2ª temporada de Vikings: Valhalla

Atual série líder de audiência na Netflix, Vikings: Valhalla se encaixa na fórmula das produções que se baseiam em fatos reais e fazem uso da liberdade criativa para adicionar um ou outro elemento na trama, talvez até mexendo em alguns personagens e ações. Nos bastidores, um historiador formado em Cambridge trabalha como consultor oficial da atração para evitar que a narrativa fuja da realidade do começo do século 11, servindo de guru contra exageros dos roteiristas.

Há uma harmonia entre o criador de Vikings: Valhalla, Jeb Stuart, e o historiador britânico Justin Pollard, que tem vasta experiência no mundo do entretenimento, prestando serviços para a franquia do cinema Piratas do Caribe e para a série Peaky Blinders, entre outras atrações. Pollard, que trabalhou na Vikings original (2013-2020), atua lado a lado com Stuart, tirando qualquer dúvida que surgir.

Ao site Tudum, da Netflix, Justin Pollard explicou que existem muitos fatos concretos e documentados sobre os vikings encenados na série. O detalhe é que se sabe que determinada pessoa estava em tal lugar. Mas como ela chegou até ali?

“Muitas vezes sei quem estava onde e quando. E talvez haja registro de como um grande evento aconteceu”, explicou Pollard. “Mas como eles chegaram lá, por que foram e o que estavam pensando é quase impossível saber com certeza.”

O historiador revelou que traça uma margem limite do que se deu na história de verdade, como se fosse a borda de um quadro. “[Faço isso] para as cenas serem as mais autênticas possíveis. Daí, Stuart vem e colore o quadro, trazendo-o à vida.”

Pollard serve como um freio para segurar Stuart caso ele pense em colocar em um barco dois personagens que, historicamente, não estavam juntos naquele ponto da linha do tempo. “Na maioria das vezes, tudo se encaixa perfeitamente e nos entendemos”, afirmou o criador.

“Eu sou procurado quando precisam de ajuda linguística para mapas ou sobre itens usados pelos personagens. Ou precisam de ajuda com iconografia, para tatuagens, por exemplo”, contou Pollard. “Também passamos muito tempo verificando as sensibilidades culturais acerca dos grupos modernos descendentes dos povos que estamos recriando [na série].”

Os dois deram um exemplo de como a adaptação é feita entre a história real e ficção. Stuart queria juntar dois grupos de personagens em prol da narrativa. O historiador deu um alerta mostrando que eles estavam muito distantes para o tal encontro, questão de centenas de quilômetros. O criador venceu o debate: “Bem, eu não acho que o público vai se importar se eu os aproximar um pouquinho só”, contou.

Leia sobre as cidades citadas e visitadas em Vikings: Valhalla. São reais ou não? (clique aqui).


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