LADO SOMBRIO

Três É Demais: cinco momentos incrivelmente obscuros da série fofa

Sitcom abordou questões como dieta na adolescência, trauma e violência doméstica
REPRODUÇÃO/ABC
Jodie Sweetin em episódio sombrio de Três É Demais
Jodie Sweetin em episódio sombrio de Três É Demais

Fofa, cheia de ternura, confortante… Muitos termos positivos são lembrados ao falar de Três É Demais (1987-1995), a série original que ganhou uma continuação 19 anos depois, versão atualmente exibida pelo SBT. Porém, a sitcom tocou em assuntos obscuros e pesados, alguns até bem extremados para uma atração voltada ao entretenimento mais leve e descompromissado.

Três É Demais, por exemplo, tratou de abuso infantil, isso pelo ponto de vista de uma garota. Teve ainda abordagens sobre dieta na adolescência, pressão politicamente incorreta de amigos, trauma e até escapada de acidente grave. Confira:

Temas sombrios em Três É Demais

Obsessão por dieta
Como indica o título da sitcom, três garotas estavam no foco da narrativa. A mais velha delas, a DJ (Candace Cameron Bure), basicamente liderou as tramas da menina adolescente se aproximando da maioridade. Nessa jornada, cada vez mais buscando espaço no convívio social fora de casa, ela sentia a influência direta da ditadura da beleza.

Três É Demais, então, encenou a passagem danosa que muitas meninas enfrentam ao mergulhar em dietas em busca do suposto corpo ideal. Com precisão, a sitcom expôs os perigos que uma pessoa, ainda muito jovem, enfrenta ao entrar na paranoia do padrão de beleza. DJ beliscou o limite disso, chegando a desmaiar por seguir um regime insano e restrito.

Pressão para ser descolada
Com Stephanie (Jodie Sweetin), cinco anos mais nova do que a irmã DJ, Três É Demais explorou as aventuras de uma pré-adolescente, aquela transição entre criança e garota mais madura, fase para deixar as bonecas de lado e se socializar, reforçando o fato de ter referência dentro de casa.

Stephanie era esperta, mas muitas vezes se viu cercada de más influências, por mais que o intuito fosse nobre, de querer se enturmar. Nessa toada, ainda adolescente, ela foi pressionada por colegas da escola a fumar cigarro, tudo para provar que era descolada mesmo.

Jodie Sweetin (à esq.) com Candace Cameron Bure em Três É Demais
Jodie Sweetin (à esq.) com Candace Cameron Bure em Três É Demais

Trauma na infância
A base de Três É Demais é trágica. Danny Tanner (Bob Saget), apresentador de TV, ficou viúvo após perder a mulher em um acidente de carro provocado por um motorista embriagado. Assim, ele assumiu a responsabilidade de criar suas três filhas. As meninas, de certa forma, lidavam bem com a ausência materna.

Contudo, a sitcom deu um giro brusco ao colocar um trauma em Stephanie após um terremoto atingir São Francisco, cidade onde a família Tanner morava. Com medo extremo de perder o pai, ela deu vazão a uma preocupação enorme, chegando a não querer que ele sequer saísse de casa para o trabalho. Danny foi procurar ajuda médica para resolver e entender a condição da filha do meio.

Vida por um triz
Já bem adolescente, na oitava temporada, Stephanie estava com sua amiga descolada, Gia (Marla Sokoloff), em um shopping paquerando garotos. Antes de entrar em um carro como passageira no banco da frente, ela foi impedida por DJ, que a proibiu de seguir com eles. Foi relembrada a situação da mãe das irmãs, que morreu em um acidente de carro.

Stephanie, de cara, ficou p* da vida. Mas daí a adolescente soube que a amiga sofreu um acidente de carro junto com os meninos. Todos sobreviveram, mas se machucaram; o cinto de segurança foi a salvação deles. Após entender a gravidade da situação, as irmãs se entenderam, com Stephanie pedindo desculpa.

Abuso infantil
É impressionante como Três É Demais foi delicada ao contar histórias trágicas pelo ponto de vista das irmãs Tanner (como o caso do transtorno sofrido por Stephanie). Na sexta temporada, a sitcom explanou outro tema pesado pela perspectiva da filha do meio de Danny.

Durante um trabalho da escola, Stephanie descobriu que seu parceiro de estudo era vítima de abuso em casa: o garoto sofria agressões físicas do pai. A menina sentiu o sofrimento do colega e procurou fazer algo para ajudar. Com ajuda do tio Jesse (John Stamos), a polícia foi chamada para intervir na situação, que resultou no garoto sendo separado do pai e levado para um lar adotivo.

Stephanie até sentiu um pouco de culpa por essa separação, mas percebeu depois que fez a coisa certa; e passou a admirar ainda mais seu amável pai.


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