A rede americana ABC, do grupo Disney, reprovou The Good Lawyer, spin-off jurídico de The Good Doctor. Pesou a favor da decisão a dupla greve em Hollywood e o decreto de Bob Iger, diretor-executivo (CEO) da Disney, de economizar US$ 2 bilhões nos próximos meses, significando cortes no setor de produções roteirizadas. The Good Lawyer, tal qual a atração matriz, foi produção dos estúdios da ABC com a Sony Television.
O piloto (primeiro episódio) de The Good Lawyer foi ao ar como parte da sexta temporada de The Good Doctor, sendo o 16º capítulo da leva encerrada em maio. Esse esquema é velha estratégia das emissoras americanas, para sentir se o público comprou a ideia da nova série ou não.
Fica um gosto agridoce porque a recepção foi boa, tanto por parte dos telespectadores quanto da mídia especializada. O consenso era que The Good Lawyer mostrou ter potencial para virar um drama jurídico de qualidade e diferenciado em relação a outros da mesma estirpe.
Porém, falaram mais alto os aspectos financeiro e de programação. Caso não houvesse a dupla greve, era certo que The Good Lawyer iria ser encomendada. Porém, após Hollywood ficar parada durante cinco meses, o calendário ficou todo bagunçado e enxuto. A ABC não tem espaço para acomodar novas séries, pois precisa dar um jeito de encaixar as veteranas, o que é prioridade.
Assim como a Warner Bros. Discovery e outros conglomerados tradicionais de mídia nos Estados Unidos, a turma do legacy media, a Disney entra na rota da poupança e economia. Fazer série novata é mais custoso do que seguir investindo em atração veterana. Dentro da fórmula que define a aprovação ou não de uma série, isso tem peso relevante.
A narrativa de The Good Lawyer teve conexão direta com a matriz. Shaun (Freddie Highmore) foi processado por um homem que teve uma das mãos amputadas pelo cirurgião; o acusador alegou que a amputação foi desnecessária. O doutor Glassman (Richard Schiff) indicou a advogada pessoal, e amiga de longa data, para o pupilo, chamada de Janet Stewart (Felicity Huffman).
Porém, Shaun não se deu muito bem com ela e exigiu uma mudança. Ele pediu para ser representado por Joni DeGroot (Kennedy McMann), advogada júnior da firma de Janet. Joni trabalhava apenas nos bastidores, nunca no tribunal, porque tinha TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), o que complicava sua vida profissional nesse sentido.
Descrita como brilhante e engraçada, Joni era relativamente nova no prestigiado escritório de advocacia no qual trabalhava. Convivendo com TOC, a jovem nunca quis ser tratada de forma diferente. Enquanto os sintomas do transtorno lhe afetavam na firma, sua atenção aos detalhes permitia que visse os casos por um ponto de vista fora do padrão.
As seis temporadas de The Good Doctor estão disponíveis no Globoplay. A sétima leva está confirmada.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br