MCU PROBLEMÁTICO

Com a série Eco, Marvel quer se livrar das amarras do universo compartilhado

A ideia é ter séries independentes, sem ligações tão fortes com outras
DIVULGAÇÃO/DISNEY
Alaqua Cox na pele da personagem Maya Lopez
Alaqua Cox na pele da personagem Maya Lopez

Na terça-feira (9), a Marvel entra em nova fase. Não, não é Fase 6 ou qualquer coisa do tipo. Com a estreia da minissérie Eco (Disney+ e Star+), a editora quer se livrar de um problemão que ela mesma criou, e que admite ser uma dor de cabeça recorrente: o tal do MCU, o universo cinematográfico no qual heróis e vilões compartilham o mesmo tempo narrativo. Isso leva o público a precisar possuir um conhecimento prévio de filmes e séries antigas para ao menos entender o básico de um novo lançamento que faça parte do MCU.

Eco é a tentativa da Marvel de quebrar essa amarra. A série é a primeira sob o selo Marvel Spotlight, que ganhou até um logo e introdução diferente do convencional. No caso, essa marca é um subcategoria da Marvel criada para acomodar séries que, em tese, não precisem do tal conhecimento prévio. As histórias teriam vida própria sem se conectar com outras, nem para frente (futuro) nem para trás (passado).

A ideia desse plano veio das HQs. O selo Spotlight surgiu em 1971 para justamente unir heróis que não estão ligados ao grande arco narrativo da Marvel. 

“Assim como os fãs de quadrinhos não precisavam ler Vingadores ou Quarteto Fantástico para curtir uma história em quadrinhos do Motoqueiro Fantasma [ou Mulher-Aranha], nosso público não precisa ter visto outras séries da Marvel para entender o que está acontecendo na história de Maya [personagem central de Eco]”, disse Brad Winderbaum, chefe de streaming do Marvel Studios, no anúncio oficial da categoria Spotlight para a TV.

O MCU ganhou proporções gigantescas com o passar dos anos. Tudo começou em 2008, com o primeiro filme do Homem de Ferro; a atual fase é a de número 5. Em tese, Eco faz parte dessa fase, que para as séries começou com Invasão Secreta, lançada no ano passado.

Invasão Secreta é um bom exemplo de como o MCU perdeu a mão. A trama serve apenas de conexão entre filmes da Marvel e muito bem poderia ter sido resolvida em um longa-metragem. Dessa forma, o telespectador perde a vontade de acompanhar uma série desse naipe porque nem adianta se identificar com os personagens ou gostar da história, ela não tem vida própria e vai durar pouco mesmo.

Invasão Secreta conecta os longas Capitã Marvel (2019) e As Marvels (2023). Por sua vez, a série Ms. Marvel (2022) é introdução do filme As Marvels… E assim segue a máquina cinematográfica da editora.

A grande ironia, contudo, é que Eco tem ligações estreitas com o tal MCU. A protagonista Maya Lopez, vivida por Alaqua Cox, foi apresentada pela primeira vez na minissérie Gavião Arqueiro, com muito tempo de cena. O Rei do Crime, vilão encarnado por Vincent D’Onofrio foi introduzido na Demolidor da Netflix, passou por Gavião Arqueiro e estará na nova Demolidor, batizada de Born Again (Renascido), atração integrante da Fase 5 do MCU.

A questão é esperar para ver como Eco funciona. A promessa é de algo bem diferente do que visto até agora nas séries que a Marvel fez para a Disney+, a pegada se assemelha ao clima sombrio e sangrento das atrações lideradas pelos Defensores (originalmente) na Netflix.

Fato é que vale a tentativa de fazer algo para tirar as séries da Marvel do buraco. A torcida é para que a aposta dê certo.

A trama de Eco

Eco é a primeira série da Marvel só para adultos no Disney+, classificação dada por conta de seu conteúdo violento e traumático. A narrativa acompanha a trajetória de Maya Lopez. O comportamento cruel dela na cidade de Nova York a alcança em sua cidade natal, no interior dos Estados Unidos (Oklahoma). Ela deve enfrentar o seu passado, reconectar-se com as suas raízes indígenas e abraçar o significado da família e da comunidade se quiser seguir em frente.

A trama tem forte ligação com Demolidor. O herói e advogado cego Matt Murdock (Charlie Cox) vai aparecer na série.


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