BASTIDORES

Mix de reality e ficção: saiba como a comédia Jury Duty foi feita

Série com quatro indicações ao Emmy estreia no Prime Video
DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO
Cartaz de Jury Duty com Ronald Gladden em destaque
Cartaz de Jury Duty com Ronald Gladden em destaque

Parece reality show, tem cara de sitcom e foi vendida como documentário. A comédia sensação Jury Duty, que estreia nesta sexta-feira (8) no Prime Video, mistura tudo isso e mais um pouco. Criada por quem entende do assunto, a dupla Lee Eisenberg e Gene Stupnitsky, roteiristas da versão americana de The Office, esse projeto é um dos mais inovadores dos últimos tempos. Para atingir tal feito foi preciso muito empenho.

Veio da sitcom clássica a base da série diferentona. Uma pergunta motivou o desenvolvimento da narrativa: imagina The Office dentro de um tribunal, mas com uma pessoa real no centro da narrativa sem ter ideia de que está rodeada de atores de verdade?

A pessoa real chama-se Ronald Gladden. Ele passou em um teste, superando centenas de concorrentes, para participar do que ela achava ser um documentário verídico sobre a rotina de um corpo de jurados durante um julgamento autêntico. Essa parte é importante para entender o todo.

Ronald achava que o julgamento era à vera mesmo. A ideia de dizer a ele que um documentário estava sendo feito era para não estranhar as câmeras dentro do tribunal ou os depoimentos feitos antes e após as atividades, estilo The Office.

O elenco de Jury Duty foi praticamente todo formado por atores desconhecidos, familiarizados com comédia de improvisação. Isso para não chamar a atenção de Ronald. Só um jurado presente tem certa fama, James Marsden (de Westworld e Disque Amiga Para Matar). Em versão exagerada de si próprio, desconstruindo a imagem do astro hollywoodiano, ela se vê em uma situação igual a de uma pessoa comum convocada a fazer parte de um júri.

Elenco de Jury Duty; uma pessoa desse grupo não é ator de verdade...
Elenco de Jury Duty; uma pessoa desse grupo não é ator de verdade…

Todo dia, antes de Ronald chegar para as atividades do júri, o elenco inteiro se reunia para entender o que iria acontecer nas próximas horas. O máximo de roteiro que existiu foi pequenos direcionamentos sobre o que cada personagem deveria fazer, principalmente em como interagir com Ronald. Porém, a improvisação era a chave, pois ninguém sabia como ele iria reagir.

Assim, cada ator precisava ficar na pele do respectivo personagem durante, no mínimo, umas seis horas por dia. Isso quando não era necessário manter a aparência durante mais tempo. Teve caso de ator que ficou dias vivendo o personagem pois estava próximo de Ronald em um hotel. Qualquer deslize dos atores poderia estragar todo o propósito do projeto.

Perceba que foi necessário muito esforço para tudo funcionar nos conformes. Mais de cem pessoas trabalharam atrás das câmeras. Pense apenas nas cenas dentro do tribunal, montado para parecer legítimo. Foram 17 dias, 12 testemunhas ouvidas e 28 peças de evidências debatidas durante cerca de 30 horas de filmagens, isso só no tribunal. No total, Jury Duty tem por volta de quatro horas de duração.

Há algumas cenas externas, como em hotel e bar. O trabalho aí foi maior. Simplesmente todas as pessoas que aparecem na série são atores, figurantes ou pessoal da produção. Não teve nenhum corpo estranho ali para não dar bandeira. Nesses casos, como não podia ter câmeras à vista, foi usado o esquema de camuflagem daqueles programas de câmeras escondidas.

O resultado disso tudo foi uma série única, de fato. Ganhou elogios da mídia especializada e apreço do público, além de ter cenas que viralizaram no TikTok, sinal de popularidade nesses tempos modernos, o que ajudou a impulsionar ainda mais a atração. 

E Jury Duty acabou sendo a grande surpresa do Emmy de 2023, merecidamente indicada a quatro categorias de peso: melhor comédia, ator coadjuvante (Marsden), roteiro e escalação de elenco.

Veja a chamada do Prime Video para Jury Duty:


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