CENÁRIO RUIM

Representação LGBTQIA+ nas séries piora: 128 personagens a menos

Glaad divulga levantamento detalhado sobre diversidade na TV americana
DIVULGAÇÃO/ABC
Noah Galvin na série The Good Doctor
Noah Galvin na série The Good Doctor

Ano após ano, a representação LGBTQIA+ nas séries sofre queda, sinal preocupante por resultar na falta de diversidade nos elencos de todo tipo de atração. Segundo o 19º relatório anual feito pela Glaad (Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação), a temporada 2023-2024 chega ao fim com 128 personagens a menos do que a temporada anterior, que já vinha de outro tombo.

O levantamento feito pela organização considerou produções exibidas (ou que ainda vão entrar no ar) entre 1º de junho de 2023 e 31 de maio de 2024. No total, há 468 personagens da comunidade LGBTQIA+, do elenco fixo ou de apoio, na TV aberta americana, canais pagos ou streamings. No recorte anterior, ciclo de 2022-2023, eram 596; em 2021-2022, eram 637.

E desses 468 personagens, pelo menos 170 (36%) não vão retornar para a temporada 2024-2025 por causa de cancelamentos, séries encerradas, minisséries, mortes na trama ou saída de atores.

A Glaad aponta que uma situação problemática é a reposição de produções canceladas, por exemplo. Séries inclusivas tipo The Rookie: Feds e Riverdale não estão sendo substituídas por programas igualmente inclusos. 

A consequência disso é o menor número de personagens LGBTQIA+ na TV aberta americana nos últimos seis anos. E mais: nenhuma série da TV aberta dos Estados Unidos é atualmente liderada por um personagem LGBTQIA+.

O relatório também encontrou que só um único personagem LGBTQIA+ de toda a TV americana lidou com a condição de portador do vírus HIV: Timothy “Tim” Laughlin, interpretado por Jonathan Bailey em Companheiros de Viagem.

Algumas séries inclusivas que não vão retornar para a temporada 2024-2025 são: Uma Equipe Muito Especial, Grease: Rise of the Pink Ladies, La Brea, The Good Doctor, Minx, Billions e Hightown.

Para Sarah Kate Ellis, presidente e CEO (diretora-executiva) da Glaad, as emissoras, canais e streamings correm risco de alienar o público por não apresentar nuances e histórias LGBTQIA+ inclusivas. 

“O público jovem procura histórias e personagens que realmente refletem a si mesmos, familiares e o mundo ao seu redor”, comentou a executiva, no relatório. “Sem isso, essa fatia da população começa a recorrer a outras formas de entretenimento, como games e redes sociais, para encontrar esses personagens autênticos que procuram. É fundamental que haja uma inclusão LGBTQIA+ para que emissoras, canais e streamings permaneçam relevantes”.

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