POLÊMICA

Quem é Tilly Norwood, atriz gerada por IA que causa revolta em Hollywood

Criação de uma inteligência artificial pode roubar trabalhos de pessoas reais; entenda
REPRODUÇÃO
Tilly Norwood, atriz criada por IA
Tilly Norwood, atriz criada por IA

A imagem acima que ilustra este texto não é real. Essa jovem, chamada de Tilly Norwood, foi feita por inteligência artificial (IA). Até aqui, tudo bem, pois muitas dessas moças virtuais existem espalhadas pela internet. Acontece que Tilly foi criada digitalmente para ser uma atriz, “a próxima Scarlett Johansson ou Natalie Portman”, e chama a atenção de agências de talento que querem representá-la em Hollywood.

Quem fez essa comparação com ícones do cinema foi Eline Van der Velden, a mente humana por trás de Tilly. O ponto da discórdia, que provocou revolta nos corredores do entretenimento americano, foi essa representação da atriz artificial no mundo real. Ou seja, ela poderia potencialmente ocupar o espaço de uma jovem de carne e osso em um filme ou série.

Em 2023, de julho a novembro, o sindicato dos atores hollywoodianos organizou a maior greve da história da categoria para reivindicar, entre outras coisas, a regulação do uso da IA em produções, para evitar abusos relacionados a essa ferramenta. Aos montes, durante o último fim de semana, atores protestaram contra Tilly e sua criadora, clamando por boicote à agência que porventura será sua representante e pedindo ação do sindicato.

Diante da enxurrada de críticas, Eline publicou um comunicado nas redes sociais. “Tilly não é uma substituta de seres humanos, mas uma obra criativa, uma forma de arte, assim como outras manifestações artísticas”, afirmou.

O contraponto é que Tilly, na verdade, não é uma criação qualquer. Todos os traços do seu rosto são resultado de tantas outras jovens parecidas com ela. Então, entra em jogo o direito de imagem dessas jovens, que deveriam receber royalties de qualquer trabalho que Tilly vier a conseguir. 

A atriz Mara Wilson, famosa pelo filme Matilda, expandiu esse ponto em seu comentário sobre o caso: “E as centenas de mulheres reais cujos rostos foram usados para compor essa personagem? Nenhuma delas poderia ser contratada [no lugar de Tilly]?”

Eline frisou que a inovação não ameaça o ofício tradicional: “Encaro a inteligência artificial como um novo pincel, uma ferramenta extra. A exemplo da animação, do uso de marionetes ou dos efeitos digitais, trata-se de ampliar as possibilidades de contar histórias, não de eliminar a atuação presencial.”

Esse argumento de “ferramenta extra” é rebatido por quem diz que uma atriz feita por IA, na verdade, vai substituir uma atriz real.

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