Lançada pela Netflix em pleno feriado nacional de 7 de Setembro, a minissérie alemã Depois da Cabana pegou o público brasileiro de jeito; desbancou One Piece e é a atual líder de audiência na plataforma. O drama sinistro, suspense de alta qualidade, apresenta uma história cheia de peças soltas para o espectador, junto com a investigação da narrativa, montar um quadro e chegar às conclusões acerca do crime central, envolvendo abusos, mortes e cativeiro. A pergunta principal da trama é: quem é o sequestrador?
Composta de seis episódios, Depois da Cabana é baseada em livro não disponível no Brasil, chamado de Liebes Kind, em alemão; Dear Child, em inglês). A obra é da escritora Romy Hausmann. Portanto, Depois da Cabana NÃO é uma história real.
A trama tem no centro a rotina limitada de Lena Beck (Kim Riedle), que vive totalmente isolada em uma casa de segurança máxima com os dois filhos, Hannah (Naila Schuberth) e Jonathan (Sammy Schrein). Eles comem, vão ao banheiro, fazem atividades diversas e dormem sempre nos mesmos horários, tudo em um local sem janelas.
Toda vez que um homem aparece, chamado apenas de Pai, eles formam uma fila para mostrar as mãos. Os três fazem absolutamente tudo o que ele manda. Até que um dia Lena consegue escapar e, depois de um atropelamento, é internada, acompanhada pela filha.
Depois da Cabana começa onde os suspenses tradicionais terminam: com a redenção. Mas a verdadeira proporção desse pesadelo é revelada quando os pais de Lena chegam ao hospital, na mesma noite. Eles passaram os últimos 13 anos procurando pela filha desaparecida…
Final explicado de Depois da Cabana
[Atenção: spoilers a seguir]
A revelação da identidade do sequestrador, conclusão muito bem feita pelo percurso do roteiro, explica tudo sobre a história retratada em Depois da Cabana.
O Pai sequestrador pegava à força mulheres para viver essa pessoa chamada Lena. No caso, a mulher atropelada não tinha esse nome: era Jasmin Grass. O criminoso fazia as mulheres sequestradas ficarem iguais à tal Lena. Uma era substituída pela outra. A Lena original existiu, foi assassinada.
Inicialmente, os detetives do caso pensavam que existia uma rede de sequestrados por trás disso, tanto da morte de Lena quanto do rapto de Jasmin. Isso porque ao menos oito mulheres, com descrição parecida com os traços de Lena, estavam desaparecidas. A polícia tentava identificá-las enquanto recuperava restos humanos em uma floresta.
Isso até chegarem no verdadeiro sequestrador: Lars Rogner, chefe da empresa de segurança Rogner and Son, que herdou do seu avô. Ele foi criado pelos avós depois que sua mãe fugiu. Lars prendeu Lena devido à semelhança que ela tinha com sua mãe. Ele esperava poder construir a unidade familiar tradicional da qual ele próprio havia sido privado.
Depois da Cabana deixa claro que Lars era um indivíduo profundamente perturbado. Suas ações foram motivadas pelo tormento psicológico decorrente da dor não resolvida causada pelo abandono de sua mãe.
A incrível semelhança de Jamsmin com sua mãe provavelmente alimentou sua obsessão e o levou a puni-la, pois via nela uma substituta materna.
No local do cativeiro funcionava uma instalação abandonada da Otan (aliança militar ocidental formada por países do bloco europeu, os EUA e Canadá), agora era usada pela Rogner and Son.
A policial Aida Kurt (Haley Louise Jones), personagem criada exclusivamente para a série, começou a ligar os pontos ao encontrar uma fotografia dos proprietários desta empresa de segurança. O avô e o neto tinha uma semelhança fora do comum, resultado de relações incestuosas na família.
Ao ver uma foto da mãe de Lars, Aida percebe que ela é muito parecida com Lena Beck. O mistério, então, foi resolvido.
Acompanhe o Diário de Séries no Google Notícias
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
