DEU DE OMBROS

Por ter estoque de séries, Netflix esnoba ameaça de greve em Hollywood

Paralisação na indústria de entretenimento americana pode iniciar no começo de maio
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Ted Sarandos, co-CEO da Netflix
Ted Sarandos, co-CEO da Netflix

Um dos diretores-executivos (CEO) da Netflix, Ted Sarandos, esnobou a ameaça de greve dos roteiristas de Hollywood ao afirmar que a gigante do streaming vai se sair melhor do que a concorrência caso a paralisação ocorra, isso por ter um vasto estoque de séries. Ou seja, a plataforma tem como sobreviver lançando novidades mesmo se a indústria de entretenimento americana cruzar os braços.

Sarandos entrou nesse assunto durante conversa com acionistas sobre o balanço financeiro da empresa registrado no primeiro trimestre deste ano. O executivo até tentou demonstrar certa empatia pelos roteiristas, mas defendeu a bandeira da sua corporação acima de tudo e deu de ombros.

“Se [a greve] for declarada, nós temos uma base bem grande de séries inéditas [e novas temporadas], isso ao redor do mundo”, contou o co-CEO. “Muito provavelmente, vamos poder atender o desejo de nossos assinantes [por conteúdo novo] melhor do que a concorrência.”

“Nós não queremos que isso [greve] aconteça”, continuou. “Mas nós temos que fazer planos visando o pior cenário possível. Nós temos uma robusta agenda de lançamentos que nos levará longe.”

O que ajuda a Netflix a manter cheio o estoque de séries é o modelo de produção. A empresa tem o hábito, há muito tempo, de gravar atrações com bastante antecedência em relação à data projetada de lançamento. Esse método ajudou a gigante do streaming durante a pandemia de Covid-19, que fechou Hollywood durante um longo período em 2020 e 2021.

Tal tática deve livrar a plataforma de perrengues em uma possível greve. Antevendo a paralisação, estúdios e produtoras, juntos com redes de TV aberta e canais pagos, renovaram várias séries com antes do previsto, emendando uma gravação de temporada na outra, para ter em mãos atrações inéditas para lançar durante a greve.

Em 1º de maio termina o atual vínculo entre o sindicato dos roteiristas (WGA) e a entidade patronal que representa os nove maiores estúdios da indústria de entretenimento americana (AMPTP). Sem acordo depois dessa data, a cúpula do WGA está autorizada pelos filiados a decretar greve.


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