PROPRIEDADE INTELECTUAL

Por que mercado de séries aposta tanto em adaptações de livros e podcasts?

A busca por esse tipo de conteúdo sobrepõe investimentos em tramas originais
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De Paris Hilton a podcast cobiçado, Hollywood vê onda de adaptações crescer
De Paris Hilton a podcast cobiçado, Hollywood vê onda de adaptações crescer

Uma onda de adaptações de livros, podcasts e até mesmo artigos de revistas toma conta do mercado de séries, nos Estados Unidos. Com roteiristas em greve durante 148 dias, de maio a setembro, a indústria hollywoodiana precisou dar um jeito de adquirir IPs (propriedades intelectuais) para ajeitar a casa e planejar lançamentos, pois não estavam recebendo ideias originais dos criadores de conteúdo, então de braços cruzados. Daí a busca acima do normal por histórias semiprontas para a TV.

Do podcast Girlfriends (produtora A24) à coleção Quarta Asa (Amazon), passando pela biografia de Paris Hilton (também A24), as últimas semanas foram recheadas de anúncios desse naipe. A briga por esse tipo de conteúdo inflou o mercado, com valores recordes sendo pagos pelo direito de adaptação.

Todo mundo em Hollywood está na batalha. Porém, quem tem se dado melhor são estúdios independentes e mais ferozes, como a A24, ou produtoras menores ainda, mas com grandes nomes da atuação na gerência. Nessa briga de foice no escuro, os conglomerados tradicionais há anos no mercado, chamados de legacy media, saem perdendo por causa do escorpião no bolso.

Como dito, adaptações de livros, podcasts e artigos fazem parte da máquina hollywoodiana, como Homecoming (podcast, Prime Video) e Inventando Anna (reportagem de revista, Netflix). Contudo, as ofertas agora estão com um valor dez vezes maior do que em anos anteriores, isso por causa do leilão criado, com cerca de dez interessados na corrida cujo vencedor é quem paga mais.

De olho na contenção de gastos, estúdios da linha de Warner Bros., Paramount e Sony comem poeira das A24s da vida. São as produtoras menores que estão se dando melhor, além do Amazon MGM Studios.

Com as IPs em mãos, produtoras e estúdios precisam apenas de um showrunner e pequena sala de roteiristas para adaptar uma história pronta, com começo, meio e fim definidos. Em um ano atípico de greve dupla, a indústria precisa acelerar o processo de realização de uma série. Uma IP já coloca o cronograma no meio do caminho.

O lado negativo é que histórias originais, como This Is Us e Succession, que precisam de mais tempo para maturar, são preteridas. Tem estúdio que nem quer saber muito de série autoral, ao menos no presente cenário de pós-greve dos roteiristas. A hora é de lançar atrações que larguem com a vantagem de ser minimamente conhecidas previamente, seja por livro ou podcast; ajudando o marketing de tabela.

É o caso da série sobre Paris Hilton ou a adaptação da Amazon MGM da história da famosa marca de cosméticos Glossier. Vale também investir em livros que fazem sucesso entre os jovens, cujas vendas são impulsionadas por causa da rede social TikTok; a saga Quarta Asa se encaixa nesse perfil.


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