No próximo dia 22, Hemlock Grove vai sair da Netflix. A série de terror foi a segunda produção original lançada pela gigante do streaming, em abril de 2013. Mesmo sendo uma atração encomendada pela casa, a plataforma irá se desfazer dela. Essa remoção tem a ver com a redução de custos praticada à risca pela empresa do tudum desde que entrou em crise financeira, neste ano.
Dois meses após o lançamento de House of Cards, a Netflix liberou no então magérrimo catálogo a série Hemlock Grove. Na época, foi feita uma campanha de marketing pesada e agressiva, com todo tipo de publicidade espalhada pelas cidades mundo afora. Era o streaming mostrando que não apenas disponibilizava conteúdo de terceiros, mas que estava oferecendo séries próprias.
Porém, tecnicamente Hemlock Grove não é 100% da Netflix. É um caso similar com as séries da Marvel, como Demolidor e Jessica Jones, que foram feitas para a plataforma, mas pertenciam à Disney. Com o streaming Disney+ na ativa, só foi esperar o final do contrato mais recente para a dona do Mickey Mouse pegar os direitos de volta.
No caso de Hemlock Grove, é a Netflix que está abrindo mão da atração, que é do estúdio Gaumont International Television. A gigante do streaming licenciou a série por dez anos, e o contrato em 35 países, incluindo o Brasil, chega ao fim neste mês.
A Netflix simplesmente decidiu não renovar o acordo com a série por ela não ter poder de atrair novos assinantes, sem retorno atrativo. Pagar por um conteúdo só para ter no catálogo não é vantajoso; esse deve ser o lema da empresa daqui para frente.
Atrações menores em situações parecidas também foram esnobadas pela Netflix na renovação de contrato. Porém, essa tática não será o padrão, é uma análise caso a caso.
Hemlock Grove forma junto com House of Cards e Orange Is the New Black o trio de dramas originais da Netflix lançados em 2013. A plataforma também não é dona 100% das outras duas produções (House é da Sony, Orange da Lionsgate). Tanto que essas séries já foram exibidas na TV paga brasileira, por exemplo (canais do grupo Paramount). No caso de Orange, chegou a fazer parte da programação da Band.
Com House of Cards e Orange Is the New Black, a tendência é a Netflix renovar os acordos e mantê-las no catálogo, afinal foram, durante anos, as séries que serviram como cartões de visita da empresa para o mercado. Perdê-las seria um desastre.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br