VEREDICTO

Além de O Poder e a Lei: as séries de David E. Kelley, mago dos dramas jurídicos

Confira todas as atrações sobre advogados feitas pelo showrunner premiado
DIVULGAÇÃO/ABC/NETFLIX/FOX
Cenas de Boston Legal (à esq.), O Poder e a Lei e Ally McBeal
Cenas de Boston Legal (à esq.), O Poder e a Lei e Ally McBeal

A mente de David E. Kelley é, de fato, brilhante. De lá surgiu todo tipo de série sobre advogados que você possa imaginar, seja trama original ou adaptação. É o caso de O Poder e a Lei, cuja terceira temporada está bombando atualmente na Netflix. Formado em advocacia, o showrunner tem em seu currículo dez séries situadas no mundo do direito, passando pelos mais variados tribunais e abordando casos sortidos, dos mais banais aos incomuns.

Na fase de universitário, Kelley conseguiu diplomas em ciências políticas e direito, isso na virada dos anos 1970 e começo da década seguinte. Ele até abriu um escritório de advocacia para trabalhar na área, época na qual escrever roteiros de séries era somente puro passatempo. 

Assim que experimentou os holofotes do entretenimento, nunca mais largou o osso. O roteirista e produtor fez ao longo da carreira produções com outras temáticas (criminal, médica, suspense…), porém é mais conhecido e aclamado pelos dramas jurídicos.

Confira abaixo todas as séries sobre advogados com a participação de David E. Kelley na função de roteirista, produtor, showrunner ou criador (tudo isso ao mesmo tempo, na maioria das vezes):

– L.A. Law (1986-1994; indisponível no Brasil): Em meados da década de 1980, o então advogado e roteirista amador passou a trabalhar para valer em Hollywood, integrando o time de roteiristas de L.A. Law. No final da década, Kelley assumiu o posto de produtor-executivo, acumulando funções. Resultado: ganhou cinco Emmys, dois de melhor roteiro e três de melhor série dramática.

Politizada e com uma pegada bem social, L.A. Law seguiu a rotina de um escritório localizado na cidade de Los Angeles. A série é lembrada até hoje por ter encarado a missão espinhosa de abordar assuntos polêmicos para a época tipo Aids, violência doméstica, homofobia e racismo.

– The Practice (1997-2004; indisponível): Em plena metade dos anos 1990, Kelley conseguiu um feito e tanto na TV americana. Ele gerenciava duas séries sobre advogados ao mesmo tempo; e em emissoras diferentes. The Practice, na rede ABC, era uma delas.

No centro da narrativa estava um pequeno escritório bem simples, sem qualquer requinte. Conflitos éticos e questões de moral pessoal permearam os episódios, temas inseridos no enredo com o intuito de expor um lado menos romântico e idealista da advocacia. A série ganhou dois Emmys de melhor drama.

– Ally McBeal (1997-2002; indisponível): O showrunner tocava o barco de Ally McBeal, rede Fox, junto com The Practice, sem deixar que nenhuma das duas naufragasse, chegando bem longe com muitas temporadas no bolso.

A história aqui acompanhou a personagem titular que dá nome à série, vivida por Calista Flockhart. Sagaz, ela tinha formação em Harvard. Dentro do escritório, a advogada pegava casos somente pensando em ganhar dinheiro, sem se preocupar com as consequências.

– Boston Legal (2004-2008; indisponível): Agora no novo milênio, Kelley inovou em Boston Legal por ter conexão com outras duas séries. É um spin-off direto de The Practice e tem relação com Boston Public, drama sobre as escolas públicas da cidade de Boston.

Estrelada por James Spader, o mesmo de Lista Negra, Boston Legal seguia uma firma de elite, especializada em lidar com casos civis e criminais. Foi durante muito tempo queridinha da mídia e aclamada nas premiações hollywoodianas. No Emmy, foram 26 indicações e cinco estatuetas ganhas.

– Harry’s Law (2011-2012; indisponível): Dramédia em sua essência, Harry’s Law não é necessariamente um fracasso da carreira de Kelley, mas está longe de ser uma de suas melhores criações. Não passou da segunda temporada, apesar de campanhas de fãs em prol de uma terceira leva.

No centro da trama está Harriet “Harry” Korn (Kathy Bates). Ela desfrutava o bem-bom da vida como uma advogada especializada em patentes, abocanhando muito dinheiro. Mas perdeu todo o gás após ser demitida. Harry recupera a paixão pela advocacia em um ramo inusitado para ela, o do direito criminal; e como advogada de defesa, ainda por cima. Do nada, ela vai buscar seu espaço abrindo o próprio escritório. 

– Goliath (2016-2021; Prime Video): Esta é a primeira série de David E. Kelley no mundo dos streamings. Ele fez de tudo no drama, da criação ao roteiro, contando com Billy Bob Thornton de protagonista. No final das contas, foi concebida uma das melhores séries produzidas pelo Prime Video nos últimos dez anos.

O protagonista Billy McBride (Thornton) é um advogado brilhante, mas que caiu em desgraça após erro durante um caso. Na sarjeta, ele procurou se erguer na base do tudo ou nada, assumindo casos de gente pequena e desfavorecida contra grandes corporações e pessoas poderosas (referência ao duelo bíblico entre Davi e Golias).

Cenas de Goliath (à esq.) e Anatomia de um Escândalo
Cenas de Goliath (à esq.) e Anatomia de um Escândalo

– Anatomia de um Escândalo (2022; Netflix): Aqui, o showrunner aterrissou no Reino Unido. Embora não seja um drama jurídico na essência, é um suspense com raiz no mundo da política, Anatomia de um Escândalo mostra como funciona o mecanismo do sistema jurídico britânico.

Nesse contexto, a personagem principal é Kate Woodcroft, promotora pública escalada em um caso midiático de enorme proporção envolvendo um político importante do governo local. A minissérie é interessante por mostrar os trâmites da advocacia sob outro prisma que não o americano.

– O Poder e a Lei (2022-presente; Netflix): O Poder e a Lei (The Lincoln Lawyer) usa como base livros de coleção escrita por Michael Connelly. A história acompanha Mickey Haller (Manuel Garcia-Rulfo), um advogado idealista e iconoclasta que usa o carro como escritório e cuida de todo tipo de caso na cidade de Los Angeles. 

Ele entrega tudo no trabalho, pensando em soluções brilhantes para se sair bem no tribunal, visando recuperar o que um dia perdeu, devido a vícios.

– Amor e Morte (2023; HBO Max): A minissérie da assassina do machado é na essência um true crime raiz. Mas o elemento jurídico é forte e de extrema importância na trama. Afinal, como o advogado de Candy Montgomery (vivida por Elizabeth Olsen) conseguiu livrá-la da cadeia? Ele fez uso do recurso de legítima defesa para justificar a ação brutal de sua cliente, que com 41 golpes matou a amiga e vizinha Betty Gore (Lily Rabe).

– Acima de Qualquer Suspeita (2023; Apple TV+): Jake Gyllenhaal vive o advogado Rusty Sabich na trama baseada no best-seller homônimo de Scott Turow, advogado de defesa e promotor que buscou inspiração na sua experiência nos tribunais para escrever um suspense assustadoramente intenso.

Rusty é designado para um caso que pode marcar para sempre sua carreira: em meio à campanha de reeleição de seu chefe, pressionado por resultados, ele precisa descobrir quem é o responsável pelo assassinato da colega Carolyn Polhemus (Renate Reinsve). Acontece que reviravoltas apontam para Rusty como o suspeito número 1 desse crime.

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