Para maiores de 18 anos, a comédia Sex and the City (1998-2004) passa a ficar disponível na Netflix a partir desta segunda-feira (1º). A série símbolo da HBO carrega o erotismo provocante, um estilo meio voyeur, em suas seis temporadas. Quase todas as quatro protagonistas apareceram peladas, incluindo nu frontal. Quase porque Sarah Jessica Parker, a principal estrela do quarteto, se recusou a tirar a roupa; e colocou isso em seu contrato.
Com Sarah, Kristin Davis, Cynthia Nixon e Kim Cattrall liderando a narrativa, Sex and the City acompanha as aventuras de quatro amigas aproveitando o melhor do amor e da vida em Nova York. Isso leva a muitas experiências românticas. A nudez na série é bem suave, assim como o sexo.
A mais libertária das quatro foi Kim Cattrall, até para justificar o fogo da personagem dela, a insaciável Samantha Jones. Ela apareceu completamente pelada de tudo que é jeito; seios à mostra eram uma constante. Já as personagens de Cynthia e Kristin, Miranda e Charlotte, respectivamente, foram mais comedidas. E Sarah? Sua Carrie Bradshaw não passava da lingerie.
Em entrevista recente para o radialista Howard Stern, Sarah Jessica Parker detalhou os motivos que a fizeram exigir, não só da boca para fora, a não nudez de Carrie. Lembrando que a atriz, na época, tinha uma carreira sólida no cinema. Criador de Sex and the City, Darren Star desenvolveu a autora Carrie Bradshaw pensando em Sarah.
“Eu disse a ele que não me sentia confortável em ficar nua”, relembrou, citando que no piloto não tinham cenas do tipo, mas poderia haver no futuro; afinal era uma série da HBO, onde (aparentemente) tudo pode.
Star rapidamente aceitou o pedido da protagonista, assumindo em contrato o compromisso de não tirar a roupa de Carrie. Howard Stern perguntou a razão por trás dessa repulsa: “Você não se sente confortável com nudez por causa de seu corpo ou você sentia na época que a nudez te colocaria em uma outra categoria de atriz?”
“Eu simplesmente era tímida”, respondeu Sarah. “Eu nunca me senti confortável em me expor desse jeito. E não julgo ninguém que faça [nudez em cena]. Não é uma questão sob a ótica da moralidade, nada disso.”
Ela também impôs a condição de Carrie não falar palavrões como “pu%@”, “po##a”, etc. Sarah queria proteger a personagem que está na HBO, “lugar no qual podemos falar o que a gente quiser”, ressaltou.
“Era importante criar uma disciplina [para Carrie], não dar palavrões a ela apenas porque podíamos. Ela é uma escritora que sempre se preocupa com a forma de se expressar. Então, se ela diz um palavrão é algo fora do comum, chocante, e não banal”.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br