
A Netflix planeja investir US$ 18 bilhões em conteúdo durante o ano de 2025, isso em todo o mundo e considerando qualquer tipo de atração, de série a reality show. Parece muito, e é mesmo, por ser uma quantia que deixa a concorrência comendo poeira. Mas o valor não está sequer próximo do limite de quanto a empresa pode gastar, de acordo com o executivo da plataforma do tudum encarregado do dinheiro.
“Não estamos nem perto do teto [de gastos]”, disse Spencer Neumann, diretor-financeiro (CFO) da Netflix, em conferência recente realizada pelo banco de investimento Morgan Stanley. Ele acrescentou que tamanha fortuna dispensada para produzir conteúdo “é só o começo.”
Em comparação com o investido em 2024, ocorreu um aumento de 11% no caixa.
Neumann deu detalhes de como a gigante do streaming prevê o custo com conteúdo. “É um pouco de arte e um pouco de ciência”, contou, explicando que a empresa tem uma “previsibilidade muito boa” acerca da receita a ser arrecadada pelo fato de ter uma base sólida e fiel de assinantes, que mês a mês pagam pelo conteúdo já feito e esperam novos programas a todo momento.
Outra coisa que a Netflix faz, seguindo práticas de qualquer outro negócio, é analisar o gasto em si, com determinado conteúdo específico, e a capacidade dele de gerar renda, o tal do custo-benefício. Na Netflix, também é importante bater metas para manter uma margem de lucro saudável.
O alcance da plataforma do tudum é enorme. Porém, como o CFO destacou, a margem para crescimento é gigantesca. A Netflix fechou 2024 com mais de 300 milhões de assinantes no mundo inteiro, líder disparada entre os streamings; dá cerca de 700 milhões de pessoas com acesso ao catálogo.
Entretanto, a Netflix só está em 40% das TVs conectadas ao redor do planeta. Pegando apenas os Estados Unidos, a empresa tem uma fatia de somente 10% quando o recorte é sobre o consumo geral de TV. A margem para crescimento está aí.
“Vemos oportunidade de crescer em todos os lugares”, afirmou o diretor-financeiro. “É mais sobre onde está a maior oportunidade de crescer e gastar. Queremos permanecer no modo de crescimento ao invés de adotar o modo de manutenção.”
Atualmente, a Netflix desfruta de uma presença global única. São mais de 50 países que produzem conteúdo original, atrações que vão além do alcance local.
“O objetivo da Netflix é entregar cada vez mais valor de entretenimento por cada dólar pago pelo assinante”, completou Neumann. O foco também está em melhorar a experiência do usuário, “porque a competição também está melhorando [nesse quesito]”. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br