Nesta quarta-feira (12), os atores de Hollywood podem se juntar aos roteiristas ao decretarem greve, a primeira desde 1986. As duas paralisações têm potencial de causar grande impacto na HBO a partir de 2024, admite Casey Bloys, diretor-executivo e presidente do canal e da Max, nome do novo streaming da Warner Bros. Discovery.
De imediato, a greve dos roteiristas, iniciada em 2 de maio, afetou diretamente as redes americanas de sinal aberto. A Fox, por exemplo, sem nenhum drama ou comédia para colocar no ar, montou a programação da fall season (de setembro a novembro) com realities, game shows e afins.
Streamings e canais pagos, como a HBO, ainda estão passando ileso por terem na gaveta muito conteúdo pronto a ser lançado. Pega-se o caso agora de Círculo Fechado, badalada nova produção da HBO Max, assinada pelo cineasta Steven Soderbergh, que está prontinha para estrear na quinta (13).
As atrações com roteiro finalizado, restando apenas gravar as cenas, como A Casa do Dragão, continuaram os trabalhos normalmente, se beneficiando de estarem fora dos Estados Unidos; gravar em território americano sob greve é quase impossível.
Com os atores cruzando os braços, não tem drible ou truque que dê jeito. Tudo, literalmente, cessa. O estoque de séries é curto, vai acabar. E se as greves durarem meses a fio, aí vai complicar a programação da HBO.
Por isso, Casey Bloys torce para uma resolução rápida visando o fim desses impasses. “Essa indústria não é nada sem o talento dos atores e roteiristas”, disse o executivo, fazendo referência às 127 indicações que a HBO/(HBO) Max emplacou no Emmy deste ano.
“Portanto, espero sinceramente que possamos descobrir algo que os faça se sentirem valorizados e queiram voltar ao trabalho”, continuou. “Pois não somos nada sem o talento deles. Estou esperançoso de que possamos achar algo. Porque tem sido um momento difícil; será um momento difícil.”
Ele apontou para 2024, mais precisamente no meio do ano, o momento no qual as greves vão prejudicar o andamento natural da HBO. “Tudo depende de quanto tempo isso vai durar”, ressaltou. “Estamos bem pelo menos até o final de 2023. E então, em 2024, a coisa começará a ficar mais difícil”.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br