A rede americana ABC, do grupo Disney, é a primeira a anunciar uma programação que leva a sério a greve dos roteiristas de Hollywood, paralisação iniciada no último dia 2. A tradicional fall season, temporada de lançamento de séries entre setembro e novembro, foi suspensa. Só realities e game shows vão ser exibidos pela emissora no final do ano, com exceção de reprises.
Essa medida é a mais cautelosa do quarteto de ferro da TV americana. As rivais optaram por outras rotas. A CBS meio que agiu como se nada tivesse acontecendo, projetando uma fall season normal, com abundância de séries. A NBC apostou em um mix, programando dramas e comédias já gravadas. A Fox, por sua vez, não divulgou a grade (deve copiar a estratégia da ABC).
Vale um registro da nanica The CW. Em meio à mudança de gestão e onda de cancelamentos, a emissora decidiu comprar séries de outros países, principalmente da Inglaterra e Canadá, para organizar a programação dos próximos meses.
A postura da ABC é de suma importância. Isso porque séries de grande porte da rede, como Grey’s Anatomy, Abbott Elementary, The Rookie e The Good Doctor, no mínimo, vão ter as respectivas novas temporadas atrasadas. E, muito provavelmente, com um volume de episódios menor do que a média.
O plano é lançar as novas temporadas na chamada midseason, a partir de janeiro de 2024. Isso deve se concretizar mesmo se a greve dos roteiristas terminar logo.
Realities e game shows não são feitos por roteiristas do sindicato hollywoodiano, o WGA. Por isso a investida nesses segmentos, similar ao que todas as emissoras fizeram durante a greve de cem dias, entre 2007 e 2008.
Para tanto, a ABC reviveu uma atração de sucesso (Dancing with the Stars, que toma duas horas do primetime) e encomendou outro spin-off de The Bachelor, o reality de namoro mais famoso da TV.
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