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Fim: série criada por Fernanda Torres merece a sua atenção

Atriz lembrada por sitcoms memoráveis é autora do drama nacional primoroso
REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY
Fernanda Torres na série Fim, do Globoplay
Fernanda Torres na série Fim, do Globoplay

Lembrada por sitcoms memoráveis da TV brasileira, como Os Normais e Tapas & Beijos, a atriz Fernanda Torres mira uma indicação ao Oscar, pelo filme Ainda Estou Aqui, após conquista histórica no Globo de Ouro de 2025. A veterana artista também arrasa nos bastidores, sendo a criadora e roteirista do drama nacional Fim, baseado em livro best-seller de sua própria autoria.

Lançada em 2023 pelo Globoplay, Fim traz Fernanda na frente das câmeras, mas em uma participação especial pequena. O elenco principal da minissérie é formado por nomes de peso da dramaturgia verde e amarela: Fábio Assunção, Marjorie Estiano, Débora Falabella, David Junior, entre outros. 

A história de Fim, composta por dez episódios, segue os passos de nove protagonistas e abrange um período entre 1968 e 2012. Estão ali pessoas de uma geração que acreditava no “felizes para sempre”, mas foram atropeladas pela revolução de costumes dos anos 1970. Ao longo das décadas, os amigos compartilham amores, traições, mágoas, alegrias, manias, loucuras e frustrações.

O pontapé inicial da narrativa é de Ciro (Fabio Assunção), o mais admirado do grupo, que morre sozinho na cama de um hospital. Nos tempos dourados, apaixonou-se perdidamente por Ruth (Marjorie Estiano), com quem se casou. Seu jeito agregador conquistou a moça igualmente encantadora, que também era o centro das atenções nas rodas que frequentava.

Juntos, os dois formavam um casal de causar inveja, não fosse o passar do tempo e os percalços da vida a roubarem o brilho dessa união.

O solteirão mais atlético da turma, Ribeiro (Emilio Dantas), também cai de amores por Ruth. Acostumado a se envolver com meninas bem mais novas, passa a vida à sombra de Ciro, servindo de plateia para o relacionamento do amigo. Fernanda Torres interpreta Celeste, irmã de Ribeiro.

Levando uma vida hedonista e sem responsabilidades, Silvio (Bruno Mazzeo) se casa com Norma (Laila Garin), uma moça do interior de São Paulo. Prestativa e amigável, Norma se deixa levar pela ideia de sair da roça e aceita a união com Silvio, mesmo sabendo que ele não pretende abandonar seus vícios e prazeres da juventude ao longo da vida. Cheio de irreverência, Silvio protagoniza cenas icônicas, sendo gatilho para reflexões de seu grupo de amigos.

Enquanto isso, o atrapalhado Álvaro (Thelmo Fernandes) se casa com Irene (Débora Falabella), formando um par no mínimo inusitado. Ele, sem jeito com mulheres, consegue fazer a moderna e ambiciosa Irene entrar num relacionamento do qual ela se arrepende.

Já Neto (David Júnior) e Célia (Heloisa Jorge) têm uma realidade bem diferente dos demais. Trabalhadores desde cedo, se apaixonam e consolidam um casamento tradicional, do qual muitos se orgulham. Juntos, eles selam um pacto de fidelidade e se protegem de um mundo de permissividade, do qual não foram convidados a participar.

 

Capa do livro Fim, de Fernanda Torres
Capa do livro Fim, de Fernanda Torres

Fim é uma série que vale a maratona. Sem dúvida, um ponto positivo inconteste da atração é a direção de arte. O trabalho de ambientação da história é impecável, fugindo do estúdio e do chromakey (foram usadas 290 locações). A produção foi além do truque de colocar no set carros antigos para indicar ao público em qual período o enredo está. Diversos detalhes, do figurino a itens domésticos, englobam esse capricho exemplar.

E existe um cuidado no texto para evidenciar que os personagens estão em determinada década. Além das gírias, há questões como modo de se pensar, de enxergar a vida, que muda com o passar dos anos conforme a caminhada de cada um.

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