SEGREDOS REVELADOS

Executiva da Netflix Brasil abre caixa-preta e explica por que séries são canceladas

Vice-presidente de conteúdo esclarece o que rola nos bastidores
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Bruna Marquezine em cena da (cancelada) série Maldivas
Bruna Marquezine em cena da (cancelada) série Maldivas

A Netflix tem muitos pontos positivos, como o fato de ser (disparada) a melhor plataforma do mercado quando o assunto é funcionalidade. Já no outro extremo, os cancelamentos abruptos de séries estão entre as principais reclamações dos assinantes, seja por causa do término em si de uma atração ou pelo simples de fato de não existir transparência em relação a isso, sequer confirmando com a imprensa sobre tais decisões.

Não tem jeito: a Netflix carrega a (má) fama de ser uma trituradora de séries. Mas, conforme apontou estudo recente da Variety, o streaming apresenta uma taxa de cancelamento menor do que a concorrência, vejam só. No ranking das plataformas americanas que mais cancelam produções, a Netflix é apenas a quinta colocada.

Dito isso, é interessante entender o ponto de vista local sobre o tema. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, a executiva Elisabetta Zenatti, vice-presidente de conteúdo da Netflix Brasil, falou sobre os cancelamentos decretados pela empresa. Segundo ela, o sucesso é a base das decisões.

“Conseguimos enxergar o que é o sucesso de uma série. Como é que se define o sucesso de uma série? É quanto os seus assinantes se engajaram com aquela série, quanto eles gostaram dessa série”, explicou.

Sem citar quais, Elisabetta informou que a Netflix utiliza vários parâmetros para medir o que é sucesso antes de fazer uma avaliação. “Vemos se realmente a série se esgotou em uma temporada e chegou no limite do engajamento e do prazer que ela pode oferecer como entretenimento, ou se ela ainda tem estofo para continuar.”, esclareceu a executiva.

Como se vê, tem uma fórmula por trás na qual o custo de produção é peça fundamental na decisão sobre a renovação ou não. Elisabetta apontou como isso é tratado internamente: “Você não vai investir em algo que você não tem certeza se vai funcionar. Certeza você não tem nunca, mas enfim, tem um potencial de acerto.”

A vice-presidente de conteúdo da Netflix Brasil aproveitou para citar uma situação comum nessa discussão sobre renovação. Tem série que entrega uma temporada boa, acima da média até. Entretanto, simplesmente não possui planos de uma continuação. O fator criativo também é levado em consideração:

“Nem sempre as séries criadas do zero são pensadas com uma continuação para dar mais uma temporada. Então você fala assim: ‘Ah, mas alguém que vem e propõe uma série já deveria pensar no potencial das próximas temporadas’. Sim, avaliamos isso. A força dos personagens, a força da história… Mas, de fato, algumas vezes pode acontecer, de olharmos para a continuação, e pensar: ‘Não vai ficar melhor do que a primeira, então é melhor acabar aqui’”


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