BASTIDORES

Executiva da Netflix é a razão do sucesso de O Agente Noturno; entenda

Sugestão de quem sabe fazer série para o streaming mudou o jogo por completo
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Gabriel Basso na primeiro episódio de O Agente Noturno
Gabriel Basso na primeiro episódio de O Agente Noturno

Batendo recordes de audiência na Netflix, O Agente Noturno quase foi rejeitada pela gigante do streaming durante o processo de pitch (oferta da série) e desenvolvimento do projeto. A visão de uma executiva da empresa mudou o jogo. Com experiência em saber o que funciona ou não na plataforma, ela sugeriu uma mudança decisiva na trama. O criador da atração, Shawn Ryan, aceitou o conselho… e o drama virou hit mundial.

Ryan começou a trabalhar em O Agente Noturno no final de 2020, quando concebeu a ideia de série depois de ler o livro homônimo escrito por Matthew Quirk (ainda não publicado no Brasil). Em fevereiro do ano seguinte, o roteiro do piloto ficou pronto, e o showrunner bateu de porta em porta em Hollywood na procura por interessados. Só dois lugares toparam seguir o papo: o grupo NBCUniversal (rede NBC e streaming Peacock) e a Netflix.

A NBCUniversal mostrou-se mais entusiasmada. Contou a favor de Ryan as boas conexões que nutriu dentro do conglomerado. A ideia ali era fazer um piloto (gravar o primeiro episódio) e pagar para ver. Poderia virar uma série completa ou não. E não havia certeza onde seria exibida, se na TV aberta americana (NBC) ou no streaming (Peacock), que não alcança o mundo inteiro.

Já na Netflix, a recepção não foi tão acalorada assim. Segundo o site Deadline, Ryan precisou mexer uns pauzinhos e usar de sua influência para conseguir uma reunião com Jinny Howe, a chefe do Departamento de Drama da Netflix, responsável por gerenciar séries aclamadas como Bridgerton, Inventando Anna, Maid, entre outras. 

Ou seja, ela tem conhecimento de causa, o tal do know how. Jinny sabe como fazer uma série sair do papel para virar sensação entre os assinantes da Netflix. A executiva torceu o nariz por algumas questões do piloto, não necessariamente descartando-as. O toque dela foi colocar certas revelações mais para frente, como a história do Serviço Secreto, do terceiro episódio em diante, criando assim um mistério para fisgar o espectador.

Ryan tinha dois caminhos, então. No grupo NBCUniversal, a ideia original dele seria mantida. Contudo, não havia garantias de uma série completa, precisaria passar pelo piloto. Na Netflix, as alterações teriam de ser feitas, além de descartar um arco narrativo que seria gravado na Itália, com a certeza de uma temporada completa. Ryan optou pela gigante do streaming.

Acredito que as mudanças sugeridas pela Netflix, no final das contas, fizeram o primeiro episódio ficar melhor [do que a versão original]”, confessou Ryan, ao Deadline.

A partir dali, tudo foi muito rápido. Em junho de 2021, quatro meses após o início das conversas com a Netflix, Ryan finalizou o esboço dos dez episódios. Em agosto, a Netflix deu oficialmente a luz verde ao projeto.

Mesmo sem grandes nomes de Hollywood no elenco, O Agente Noturno bombou na plataforma, se tornando a terceira maior estreia da história da Netflix, atrás apenas de Wandinha e Dahmer: Um Canibal Americano. E ganhou uma renovação a jato para a segunda temporada, encomenda fora dos padrões da empresa.

Ouvir quem entende do assunto, com experiência prática acerca de como fazer uma série para o streaming, valeu a pena.


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