FLOP

[Crítica] Palm Royale é como a elite: bonita por fora, vazia por dentro

Comédia é bola fora do streaming Apple TV+, que geralmente acerta o alvo
DIVULGAÇÃO/APPLE TV+
Kristen Wiig em cena de Palm Royale
Kristen Wiig em cena de Palm Royale

Ninguém é perfeito. O Apple TV+ tem um começo de 2024 espetacular, com sucessão de lançamentos de novas séries do mais absoluto alto nível como Histórico Criminal, Mestres do Ar, The New Look e Último Ato. Mas daí veio a comédia Palm Royale, que estreou na última quarta-feira (20), para provar que não dá para acertar no alvo toda hora. 

Apesar do enorme potencial, Palm Royale é uma completa decepção. Acaba sendo um símbolo da elite retratada pela narrativa: bonita por fora, vazia por dentro. O visual da série é estupendo, com figurinos e cenários do final dos anos 1960. O elenco é recheado do mais puro talento hollywoodiano. Porém, os personagens são fracos, a trama é explicitamente frágil… A comédia não faz rir, acarretando em tédio total.

Kristen Wiig, revelada pelo humorístico Saturday Night Live, é a protagonista da história na pele de Maxine Simmons, uma mulher obcecada pelo mundo da alta sociedade. Seu principal objetivo na vida é fazer parte das dondocas que frequentam um resort exclusivo situado em Palm Beach, Flórida (EUA).

A atriz comediante faz um bom trabalho, na medida do possível. Ela até entrega uma performance digna, elogiável. O problema é que sua personagem é nada atraente. Logo no primeiro episódio, o público fica sem saber como reagir a Maxine, se deve torcer a favor ou contra sua investida insana para virar uma socialite a qualquer custo. A motivação dela é muito simplista.

E essa é a razão número 1 sobre o fracasso da série. Tudo depende da personagem central. Se ela não é bem desenvolvida e apresentada com robustez, por que perderei meu tempo nessa história? Não tem visual nostálgico ou atuação de respeito que faça valer a audiência.

Acrescenta-se a isso a duração dos episódios, beirando uma hora, cada. É muito tempo, muito mesmo, para um enredo raso e sem sentido. São dez horas para contar algo que poderia ser resolvido na metade disso. É um fator que só aumenta o cansaço e turbina o marasmo.

É incrível o desperdício de talento em Palm Royale. Kristen Wiig, reforçando, está ótima, engraçada e dinâmica. Ao seu redor estão craques da atuação, como Allison Janney e Laura Dern, tendo de tabela um Ricky Martin em boa fase. Contudo, chega um momento ao longo da série que o cansaço bate forte por causa da trama apática. 

É surpreendente como essa atração destoa de tantas outras do Apple TV+, ganhando espaço na lista dos projetos mais flopados do streaming da maçã, ao lado de séries canceladas tipo Querido Edward, Shantaram e Deserto Selvagem.


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