Entre Estranhos: Tom Holland entregou tudo na série que mudou sua carreira

A carreira de Tom Holland não é mais a mesma. Conhecido internacionalmente por ser o Homem-Aranha nos filmes da Marvel, ele elevou seu status com atuação digna das maiores premiações hollywoodianas na minissérie Entre Estranhos. Na pele de um personagem para lá de complexo, baseado em pessoa real, o jovem londrino de 27 anos entregou tudo e mais um pouco no drama do Apple TV+, resultando em pausa duradoura (e merecida) longe de sets de gravações.

Entre Estranhos (The Crowded Room, em inglês) chega ao fim na sexta-feira (28). Lançada no mês passado, o drama psicológico narra a vida de Danny Sullivan (Holland). O ponto de partida da trama é a prisão do moço após iniciar um tiroteio em plena luz do dia, na Nova York de 1979. A polícia acredita ter capturado um serial killer. Mas a investigadora Rya (Amanda Seyfried) tem suas dúvidas. Por isso, ela vai conversar com o rapaz em busca de respostas.

Durante entrevistas promovendo a atração, Holland disse com todas as letras que Entre Estranhos “foi o trabalho mais difícil que eu já fiz”. Foram dias intensos não apenas em frente das câmeras, mas nos bastidores também porque ele fez parte do time de produtores-executivos.

Chamou a atenção a declaração dada ao site Extra TV que rodou o mundo. “Estou me afastando da atuação, tirando férias de um ano. É o resultado de quanto foi difícil fazer essa série”, revelou. “Explorei certas emoções que definitivamente nunca tinha experimentado antes”. O ator acrescentou que as responsabilidades atrás das câmeras adicionaram um “nível extra de pressão.”

Logo depois, ele precisou esclarecer que a tal pausa estava prestes a chegar ao fim (a entrevista foi publicada em junho, na semana de lançamento de Entre Estranhos). Dias depois, no talk show Live with Kelly and Mark, ele informou que as “férias de um ano” estavam no oitavo mês. Holland tomou a decisão de dar um tempo assim que encerrou as gravações da minissérie, no final de setembro de 2022.

Entre Estranhos explica estafa de Tom Holland

Foi um trabalho de muita intensidade, sem dúvida. Boa parte da minissérie traz Tom Holland e Amanda Seyfried sentados, conversando separados por uma mesa grande. Três semanas foram necessárias só para gravar essas cenas, feitas fora de ordem. A dupla encenou cem páginas de diálogos nesse período.

[Atenção: spoilers a seguir]

Danny é, de fato, um personagem muito intricado. No começo, o telespectador pensa que ali está um rapaz problemático, cuja infância foi traumática. Sem pai e com a mãe cuidando dele, o jovem lidava com entreveros em casa e fora dela, além de ter problemas no convívio social.

Danny contou para Rya que tinha muitas pessoas próximas que o ajudavam: o colega descolado que sempre escapava de confusões, o atleta craque do basquete, o vizinho fortão que o livrava de várias enrascadas, um inglês na função de quase figura paterna… Ele até tinha uma jovem aventureira como amiga.

Acontece que Danny nunca teve ninguém por perto. Essas pessoas todas, na verdade, eram outras personalidades dele próprio, criadas para lhe dar alívio e livrá-lo de problemas. A minissérie mostra essas personalidades na pele de outros atores, mas com o avançar da trama é Holland mesmo quem as interpreta.

Aí tem a cereja do bolo da atuação impactante de Holland. Ele conseguiu se transformar em cada uma dessas personalidades praticamente sem mudar de roupa. A metamorfose se deu no jeito de falar, na postura, no olhar…

Danny, nas palavras de Tom Holland, é um “personagem exaustivo”. E é exaustão que o espectador sente ao vê-lo em todo tipo de cenário e situação. Mas ao final de cada episódio vale tirar o chapéu e aplaudir de pé o trabalho do ator. 

Dá para entender, sem pensar duas vezes, o motivo de ele querer dar um tempo, descanso necessário para se livrar de Danny e seguir em frente com a carreira, hoje melhor do que antes.

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