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Crítica: Delicate é temporada para quem não é fã de American Horror Story

Trama sobre desafios da maternidade apostou tudo no terror psicológico
DIVULGAÇÃO/FX
Emma Roberts em American Horror Story: Delicate
Emma Roberts em American Horror Story: Delicate

A 12ª temporada de American Horror Story, intitulada de Delicate, chegou ao fim (último episódio entra no Star+ na sexta-feira, 26). Desde o princípio, os fãs da franquia reprovaram a história sobre uma atriz famosa que deseja engravidar. Isso porque não teve aquele banho de sangue tradicional, festival de corpos desmembrados, serial killer zanzando por aí… ou seja, características de levas anteriores. Ao invés disso, Delicate optou por um terror mais psicológico.

No final das contas, essa temporada acabou sendo uma das mais encorpadas e intrigantes de toda a saga AHS. Se aquele admirador fervoroso torceu o nariz por essa abordagem um tanto quanto light, o telespectador neutro recebeu Delicate de forma mais acolhedora justamente por não retratar tanto horror extremado; cenas que não são para todo mundo, convenhamos.

Em vários momentos, inclusive, AHS: Delicate nem parece uma série de horror. Somente bem na reta final, nos três últimos episódios, que os tais elementos marcantes da franquia surgem na tela. Mas nada de forma tão drástica, o que manteve a temporada no trilho pré-estabelecido.

O saldo final é positivo. Emma Roberts entregou uma ótima atuação na pele da protagonista Anna Victoria Alcott, assim como Kim Kardashian, socialite e atriz que calou os críticos com seu trabalho honesto interpretando a empresária artística Siobhan Corbyn, responsável por cuidar da carreira de Anna.

O terror psicológico de Delicate

Pela primeira vez, American Horror Story não apresentou uma temporada original. Delicate tem como base o livro Delicate Condition (inédito no Brasil) e desenvolveu como tema principal o dilema que mulheres enfrentam quando atingem certa idade adulta: priorizar a carreira ou dedicar um tempo para a maternidade.

Claro, AHS: Delicate leva ao extremo essa dúvida. Anna Victoria Alcott deseja desesperadamente ser mãe. Acontece que ela não consegue engravidar, partindo assim para a fertilização in vitro, uma técnica de reprodução assistida. Quando inicia a terceira tentativa de engravidar por esse processo, a atriz crê de pé junto que existem forças externas e pessoas do mal que não querem que ela engravide.

Na vida profissional, Anna tem seu nome na alta prateleira em Hollywood, mas falta a cereja do bolo: um Oscar. Atriz desde criança, Anna deseja a estatueta tanto quanto ser mãe. Delicate propõe um debate sobre se realmente é possível uma mulher ser bem-sucedida em tudo durante o auge de sua vida. Anna conseguirá ser mãe ao mesmo tempo em que dedica seu tempo para tentar ganhar um Oscar?

Os elementos de terror psicológico estão presentes na mente da Anna. As alucinações (ou não) que ela vê lhe dão a certeza de que há um plano sinistro contra a jornada materna. Ao longo dos episódios, Delicate mostra se aquilo não passa de efeitos dos hormônios, apenas visões desconexas da realidade, ou se de fato existem forças, do além e do mundo físico, determinadas a “roubar” o bebê de Anna.

Da temporada NYC para cá, American Horror Story tem se desgarrado do horror sangrento e gráfico. Delicate é a prova cabal disso. A 13ª temporada está confirmada, e fica a expectativa sobre o rumo a ser tomado: volta ao terror raiz ou segue essa linha mais light? Parece que o melhor caminho seja um mix, para não incomodar os fãs leais e conseguir atrair um público fora da bolha do horror.

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