UNDER THE BRIDGE

Crítica: Debaixo da Ponte é um true crime adolescente de tirar o fôlego

Nova minissérie do Disney+ narra história real que chocou o Canadá, em 1997
DIVULGAÇÃO/HULU
Riley Keough (à esq.) e Lily Gladstone em pôster de Debaixo da Ponte
Riley Keough (à esq.) e Lily Gladstone em pôster de Debaixo da Ponte

Com atraso de três meses, finalmente a minissérie americana Debaixo da Ponte (Under the Bridge) estreia no Brasil: nesta quarta-feira (10), no Disney+. Em português, o drama ganhou o subtítulo A Verdadeira História do Assassinato de Reena Virk. Como está claro nesse adendo, a narrativa retrata o notório true crime que ocorreu no Canadá, em 1997, envolvendo adolescentes em todos os lados do caso.

Composta de oito episódios, a minissérie apresenta um cenário de fácil identificação para quem viveu a adolescência no final dos anos 1990, uma era na qual essa fase da vida era curtida longe de quatro paredes e com amigos de carne e osso ao redor, o que a galera hoje chama de vida offline.

A rebeldia teen é a força de Debaixo da Ponte. E uma pergunta dá o tom da história: o que você é capaz de fazer para ser respeitado e ter um status de causar inveja e medo?

Reena Virk (Vritika Gupta) vivia sob essa sombra. De uma família estável, sem muito luxo, mas longe de passar qualquer necessidade, ela passou a se relacionar com um grupo de meninas que morava em um orfanato, aquelas que claramente experimentaram o dissabor de um crescimento distante da família, ou travando um relacionamento tenso com os pais. Passam pelos dias na mais pura rebeldia.

Esquece qualquer traço de inocência. Havia a necessidade de, ao menos, ter uma aparência de durona. Usar a violência para atingir esse ponto não era descartada, e rejeitar qualquer figura de autoridade fazia parte da cartilha. É nesse ambiente que Reena acaba sendo vítima de uma trágica sequência de eventos. 

A morte da garota mobiliza todo o Canadá, virando notícia diária na imprensa. Surgiu o tema sobre bullying na adolescência e tudo o que engloba esse assunto. Enquanto isso, uma investigação dupla buscava encontrar os culpados pelo crime.

Uma frente foi liderada pela escritora Rebecca Godfrey, vivida por Riley Keough (Daisy Jones and The Six). Ela retorna à cidade natal para coletar histórias que iriam fazer parte de um livro sobre a adolescência e juventude local. Ao se aproximar de uma turma rebelde, Rebecca mergulha no caso de Reena, porém mais para entender o porquê daquele assassinato do que necessariamente colocar a pessoa culpada atrás das grades.

A polícia, ao contrário, precisa prender alguém para tranquilizar a sociedade e dar alguma resposta à família de Reena. Nessa cruzada, só importa ter uma face para carimbar o rótulo de culpado(a). Daí entra a policial Cam Bentland (na pele da impecável Lily Gladstone), que sabe muito bem como é viver em um orfanato e pode ser a voz da razão dentro da polícia contra alguma ação intempestiva.

O detalhe é que Cam e Rebecca eram amigas durante a adolescência, naquela mesma cidade, porém acontecimentos do passado ruíram a relação. As duas se reaproximam e a escritora faz de tudo para Cam não enxergar o caso de Reena Virk apenas pela ótica da força bruta policial. Rebecca joga luz para tratar a investigação da forma mais humana possível.

Isso cria uma camada dramática excelente, que move Debaixo da Ponte sempre para frente, evitando andar em círculos e fugindo do marasmo. A minissérie equilibra com primor tudo o que se propõe a mostrar, da rebeldia adolescente até a busca pela solução da morte de Reena, sendo assim um true crime de primeira qualidade.

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