O produtor Curtis “50 Cent” Jackson está livre no mercado de Hollywood. Conforme anunciado nas redes sociais e confirmado pelos empresários do rapper, ele não é mais contratado do canal americano Starz. Ou seja, agora ele pode negociar com qualquer outro canal ou streaming um vínculo de exclusividade mais lucrativo e benéfico. E uma fila de interessados se forma.
Fundada por 50 Cent em 2003, o estúdio G-Unit Films and Television tem duas dezenas de atrações espalhadas nas mais variadas vitrines. Atualmente, é uma das fontes de produções de séries mais requisitadas na guerra dos streamings. E a expectativa é que o quanto antes a nova casa da G-Unit seja divulgada.
Embora venha lá do começo deste século, somente na década passada que a produtora de 50 Cent passou a investir em séries. E deu muito certo. Tudo por causa de Power, drama criminal sensação inconteste e que deu origem a uma franquia igualmente bem-sucedida no ibope. 50 Cent passou a ter prestígio e emplacou outras atrações, todas com aceitação alta.
Superando rejeições
No posto de rapper famoso e com milhões de cópias vendidas, 50 Cent tinha fama no ramo musical. Pensando em expandir os negócios, ele investiu no mundo do entretenimento, arriscando as primeiras fichas no cinema. Como não rolou, a aposta mudou para a TV, e Power foi a cartada inicial. Ele passou a oferecê-la a canais e streamings. A rejeição foi quase total.
Ao lado de Courtney A. Kemp, a criadora da série, o rapper conversou com todos os canais e plataformas possíveis, durante 2012. Ninguém quis saber de Power, cuja trama central apresentava um traficante de drogas querendo sair da vida criminal, tentando abandonar a rotina fora da lei para ser um empresário da noite de renome.
Só o canal Starz acreditou na atração e, um ano depois, confirmou a encomenda da primeira temporada. Lançada em 2014, Power foi um fenômeno.
Nos EUA, o Starz é um canal premium que tem como concorrentes Showtime e HBO, geralmente sempre ficando na rabeira. Power colocou o Starz não só brigando de igual para igual com as rivais, mas às vezes até sendo líder de audiência. Rapidamente criou-se uma base de fãs enorme, alcance refletido no ibope. O final da primeira temporada de Power, por exemplo, teve o dobro da audiência da estreia, algo raríssimo de acontecer na TV.
Ao final das seis temporadas, Power se tornou a série mais vista da história do Starz, computando média de 10 milhões de telespectadores (superando muitas temporadas de The Walking Dead e se aproximando de Game of Thrones, séries da TV paga americana).
A lógica aconteceu. De Power nasceram três séries derivadas, sempre quebrando recordes de audiência (vão ficar no Starz mesmo após contrato da G-Unit com rivais). A mais recente a ser lançada, Power Book IV: Force, registrou o melhor ibope do canal em uma estreia. Todas foram renovadas, sem previsão de cancelamentos.
50 Cent também gerenciou a série For Life, que no Brasil fez sucesso inesperado na Netflix e Globoplay.
Esse potencial de séries grandiosas, com capacidade de alcançar milhões de pessoas ao redor do mundo, faz o produtor ser requisitado. E 50 Cent não inventou a roda, muito menos causou uma revolução inédita na TV.
O diferencial dele é ter o dom de dosar com equilíbrio a vida urbana, periférica, criminal e marginal nas séries que produz, oferecendo visão bem particular e próxima da realidade.
Além disso, injeta no núcleo das atrações personagens negros diversos com narrativas diferentes das vistas em outras séries, muitos apresentados em posições nobres dentro da sociedade.
Com frequência, 50 Cent rebate a argumentação de que ele só produz dramas criminais. Na visão do rapper, as séries sob seu guarda-chuva são de temática familiar. O diferencial é o aspecto cru das ruas que reveste soluções batidas e vitoriosas, como brigas exageradas entre parentes, tipo novela, e reviravoltas um tanto inverossímeis. E o banho final contém muito sexo e violência. Eis a fórmula que o elevou ao atual status de produtor cobiçado.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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