
“O que pretendo compartilhar é algo que jurei solenemente revelar apenas a um terapeuta”. Essa é a promessa que Charlie Sheen faz no documentário intitulado aka Charlie Sheen, que será lançado pela Netflix em 10 de setembro. Sóbrio, pela primeira vez ele revela segredos e fala sobre tudo.
E para completar o ciclo da sinceridade, pessoas extremamente próximas a ele, como Jon Cryer (companheiro de Two and a Half Men), Denise Richards (ex-mulher) e Chuck Lorre (showrunner e amigo), também abrem o jogo sobre o ator que, no auge, era o ator mais bem pago da TV americana.
Detalhe é que Sheen nunca foi lembrado somente pelo sucesso em filmes consagrados e pela sitcom Two and a Half Men (chegou a embolsar US$ 1,8 milhão por episódio). Fora das telas, acumulou manchetes causadas por um comportamento que oscilava entre o excêntrico e o sombrio. Agora, aos 59 anos e com sete anos de sobriedade, ele decide encarar a própria história.
O documentário aka Charlie Sheen, dividido em duas partes, percorre a trajetória meteórica do ator, seus tombos públicos e as batalhas pessoais que se tornaram espetáculos midiáticos. Com franqueza incomum, Sheen revisita boatos, escândalos e crises que quase o destruíram, mesclando humor, melancolia e lições aprendidas.
Convencer o astro a participar do doc não foi tarefa fácil. O diretor Andrew Renzi revelou ter investido de sete a oito meses só na construção de confiança antes de iniciar as gravações.
A ideia é que o público tenha um raro vislumbre de Charlie Sheen longe da caricatura que marcou sua persona pública, conhecendo assim o homem que sobreviveu a várias tempestades.
É o retrato de um ser imperfeito, cuja propensão à autodestruição não se compara ao amor feroz e ao perdão que ele inspira naqueles mais chegados. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br